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CARRO POPULAR… UM “VEÍCULO” EM EXTINÇÃO…

Atualmente o mercado automotivo vem recebendo uma série de boas noticias sobre a chegada de novas fábricas (BMW, Audi, Mercedes-Benz). Isso implicará em novos lançamentos, novos veículos e (talvez) preços menores. Neste novo cenário que se desenha como ficará a nossa "jabuticaba"?
Por  Raphael Galante
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

O carro popular – de novo, a jabuticaba brasileira – foi, durante muitos anos, o foco principal do mercado automobilístico brasileiro. Surgido em 1990, como a melhor solução (?!?!?!) para a indústria automobilística, ele teve o seu apogeu até o final daquela década. De fato, no ano de 2001, 71% dos veículos vendidos eram de veículos com as mil cilindradas (1.000cc).

O “veículo popular” nasceu com o conceito de desenvolver a indústria automobilística brasileira e cumpriu o seu papel, durante todos os anos 90. Com uma alíquota diferenciada dos demais veículos produzidos, ele começou a ser mais acessível para os consumidores tupiniquins.  Isso ocorreu durante o período de 1996 até 2001, quando tivemos a abertura do mercado automotivo e registramos a entrada de novas montadoras (a chegada das News Commers, como: O grupo PSA, Honda, Renault, etc.).  E  foi a partir daí que o “veículo popular” começou a definhar….

O veículo 1.0 só sobreviveu porque tínhamos um mercado fechado e restrito para apenas quatro montadoras. Com um mercado oligopolizado, é lógico de se imaginar que existiam uma série de benefícios paras os oligopolistas da época. Basta lembrarmos que no glorioso ano de 1994, tivemos a volta do clássico Fusca (com a mesma cara do veículo fabricado durante a década de 70 e 80), a pedido do então presidente Itamar Franco…

A abertura do mercado serviu para isso: o brasileiro que antes consumia veículos “pé de boi”, passou a ter acesso a novos produtos.

Logicamente que tivemos outros fatores macroeconômicos (aumento da atividade econômica, crédito, baixo nível de desemprego, etc.) que influenciaram esta mudança comportamental, mas A ENTRADA DE NOVOS CONCORRENTES, foi o principal motivo.

Num período de 12 anos, a participação do carro popular despencou de 71% para pouco mais de 40%, ou seja, uma perda de 30 pontos percentuais.

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Atualmente, algumas marcas já abandonaram (ou nunca trabalharam) com esse tipo de veículo. É o caso, por exemplo, da Honda, Peugeot e Citröen.

O grande fato é que, ao que tudo indica, as vendas de “veículos populares” tenderão a ter uma participação mais baixa do que os atuais 40%. Recentemente,  tivemos a divulgação da AUDI em se instalar no Brasil, bem como teremos em Santa Catarina a fábrica da BMW, rumores da fábrica da Mercedes….mostrando que, após quase 20 anos da abertura do mercado automotivo, começaremos a ter veículos com design e tecnologia de primeiro mundo…

Neste ano, (até agosto) o mercado registra perda de 2% no volume de vendas. Sendo que os veículos com motorização de 1.000 cc, estão com queda acumulada de quase 15%. Apesar desta queda (-2%), registramos o bom desempenho de alguns segmentos, como é o caso dos veículos Hatch Pequenos (Ex.: Onix e HB20),  com +13% de crescimento; e dos Sedan Pequenos (Ex.: Siena), com evolução de 26%.

Raphael Galante Economista, atua no setor automotivo há mais de 20 anos e é sócio da Oikonomia Consultoria Automotiva

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