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A revolução do mundo financeiro criada pelos Security Tokens

Mudança abre espaço para que novas tecnologias, como o Blockchain, se aproveitem dessa conjuntura mais fluida e de mudanças para criar soluções cada vez melhores
Por  Gustavo Cunha -
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

A desmaterialização do mundo financeiro não é de hoje, e abre um espaço enorme para que novas tecnologias, como o Blockchain, se aproveitem dessa conjuntura mais fluida e de mudanças para criar soluções cada vez melhores.

A solução, no caso, são os Security Tokens (ST) ou, em uma tradução livre, os Tokens, que representam valores mobiliários.

Quando compramos um CDB de um banco um título público no Tesouro Direto, ou até mesmo ações ou derivativos na B3, já estamos acostumados a recebermos uma simples confirmação por e-mail ou pelo celular dessa compra. Não há nada mais palpável. Não recebemos a ação em si, ou o CDB. Recebemos confirmações que nos garantem, dadas as instituições que estão por trás e todos os reguladores que os olham, que aquele valor investido é nosso e que, consequentemente, temos direito a tudo que for originado dele.

Dada essa desmaterialização, obra da nossa capacidade de fazer ficção como bem colocou Yuval Harari no livro Sapiens, a tarefa do Blockchain fica muito mais fácil. Esta plataforma tecnológica, que foi inventada com o advento do Bitcoin, possibilitou que valores e transações pudessem ser feitas (e registradas) entre desconhecidos de maneira segura, imutável e
distribuída.

As características de transferência de titularidade, imutabilidade e segurança, abrem um caminho imenso para que todos os valores mobiliários que conhecemos hoje, e que já estão desmaterializados, possam dar um novo passo em consonância com os reguladores. O passo é exatamente o de uma maior “desintermediação do mercado financeiro global”, e que se seguirá de uma maior globalização dos investidores e produtos financeiros.

Pensem que para comprarmos uma ação de uma empresa de tecnologia americana hoje, temos basicamente duas alternativas. A primeira é comprar dólares, mandar para uma conta de uma corretora nos EUA onde, via sistema dessa corretora, compraremos as ações na bolsa.

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Outra alternativa é comprar aqui no Brasil o BDR dessa ação. Essa segunda opção tiraria necessidade de fecharmos câmbio para dólares, mas não a de ter que abrir cadastro na corretora aqui no Brasil para através dela ter acesso à B3.

Para dificultar um pouco mais, pense que essa empresa que você quer investir é uma empresa australiana, japonesa ou chinesa. Dificilmente haverá opção a não ser a de fechar câmbio e encontrar uma corretora daquela localidade para executar sua ordem na bolsa local.

Bem, caso essa empresa na qual você quer investir, seja ela de qualquer país do mundo, tenha um Token registrado na rede do Etherium, você poderia comprá-lo com muito mais facilidade por um dos seguintes canais: comprar uma criptomoeda e depois liquidar a compra do Token dessa ação com essa criptomoeda; ter uma exchange de Tokens no Brasil negociando esse Token específico e portanto você se cadastraria nela e teria acesso a esse Token; ter um amigo que tivesse esse Token e que pudesse lhe vender mediante simples transferência de reais para ele; dentre outras alternativas.

Olhando pelo lado do regulador, de alguma forma o regulador do país de origem desse Token precisa saber quem é o investidor atual desse Token para prevenir atividades ilícitas e lavagem de dinheiro, mas isso poderia ser facilmente feito pela Exchange local que tivesse de acordo com as regras desse regulador, e lhe informasse a identidade do novo detentor desse Token.

No caso de compra do seu amigo seria mais complicado, mas algum sinal poderia ser dado na transferência entre vocês dois de tal forma que o regulador de lá bloqueasse temporariamente o Token, até que o novo detentor se pronunciasse e fosse aprovado.

Um dos grandes desafios nessa “Tokenização” dos valores mobiliários está na transição entre o mundo regulamentado das moedas fiat (ou seja, moedas fiduciárias emitidas pelos países) e o das moedas ou Tokens cripto. A partir do momento que o investidor já está no mundo cripto, ou que os países comecem a usar a tecnologia para emitirem suas próprias moedas utilizando essa plataforma, toda a liquidação e transferência ficará muito mais fácil.

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Outro ponto se refere à custódia desses ativos e à garantia de que cada Token realmente equivale ao que lhe é atribuído, mas isso se resolve da mesma forma que quando compramos o CDB do banco ele nos assegura que temos aquele ativo, ou que quando compramos o título do Tesouro Direto, podemos confirmar no seu site que o titulo está em nosso nome, ou seja, resolve-se via dentro das regras atuais.

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A era dos Security Tokens, na minha opinião, só está começando. Ajustes na regulamentação dos países certamente se farão necessários, mas serão inevitáveis, porque, como tudo que acontece referente à tecnologia, há sempre um país mais aberto a abarcar novidades, e os que não o fizerem no longo prazo podem ficar isolados.

E aí? Já está preparado para comprar um Token?

Gustavo Cunha Autor do livro A tokenização do Dinheiro, fundador da Fintrender.com, profissional com mais de 20 anos de atuação no mercado financeiro tradicional, tendo sido diretor do Rabobank no Brasil e mais de oito anos de atuação em inovação (majoritariamente cripto e blockchain)

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