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Quando ganhar como a média é bom

 A grande parte das pessoas quer ser especial de alguma forma. No fundo, vejo que, por mais que tentemos, acabamos nos tornando bem parecidos e dentro do mesmo padrão
Por  Glenda Ferreira
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Na maior parte do tempo vejo as pessoas buscando maior destaque e diferenciação, sempre tentando ser diferente da média. Já reparou nisso também?

Ainda que ninguém queira ser uma pessoa comum. E muito pelo contrário. A grande parte quer ser especial de alguma forma. No fundo, vejo que, por mais que tentemos, acabamos nos tornando bem parecidos e dentro do mesmo padrão.

Porém, sinto que de alguma forma estamos todos no mesmo quadrado. Com os mesmos pensamentos, idênticos preconceitos e teses de investimentos.

Até aqui, no universo financeiro, os investidores acabam cometendo os mesmos erros ou realizando a mesma operação. Quando na verdade gritam a quatro ventos que agora descobriram um novo modelo, fórmula e que terão um ganho diferenciado.

Podem até falar que descobriram a ação do momento, o novo produto financeiro revolucionário… Mas, quer saber a verdade?

Entre nós, em alguns momentos eu gosto sim de ter retornos como a média.

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Explico com dados, porque para mim é sim interessante ter ganhado os 27% de alta do Ibovespa no último ano – mesmo porque foi a aplicação financeira com o maior retorno em 2017 quando você compara com a poupança, euro, ouro… Ou ainda ter aproveitado os 39% de rendimento em 2016.

E mais, se não me der muito trabalho para aplicar, melhor ainda.

Razão pela qual simpatizo tanto com os fundos de índice, que já são bem famosos e negociados mundo a fora, ou também conhecidos como ETFs (do inglês, Exchange Traded Fund).

Sabe o que mais essa sigla do mercado financeiro significa?

De forma bem simplificada, são fundos com cota negociada em Bolsa que buscam acompanhar um determinado índice – pode ser de qualquer classe de ativo (Bolsa, cesta de empresas que pagam dividendos ou de companhias que são menos negociadas em Bolsa…).

Com isso, o ETF seguirá bem de perto o índice. Se o índice subir, você terá valorização, da mesma forma que o contrário também é válido.

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Portanto, você irá ganhar conforme a média (de determinado indicador).

Vantagens

Vamos a outras vantagens para que você possa confirmar que retornos médios nem sempre são ruins.

Como são fundos, não deixam de cobrar taxas de administração (a remuneração que você paga pela gestão de terceiros de seu dinheiro).

Mas as taxas de administração dos ETFs são menores do que as cobradas em fundos de investimento. Como o gestor aqui não deverá ter muito trabalho escolhendo com critério quais serão os ativos a serem incluídos no fundo, e apenas acompanhará o índice predeterminado, não tem segredo. Com isso, as taxas costumam não ultrapassar 1% ao ano. Enquanto em fundos de ação, o comum é serem encontradas superiores a 2% ao ano com o adicional de 20% sobre o lucro caso o benchmark (indicador de referência) seja ultrapassado.

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Só que eu sou do princípio de que quanto menos taxas, melhor para o meu bolso.

Além disso, há mais um ponto a favor, extremamente importante para mim: transparência.

Em tempos de Lava Jato e corrupção, o que nós brasileiros mais desejamos é transparência nos investimentos também.

Aqui, diferentemente dos fundos de investimentos, você tem acesso todos os dias a quais são os ativos presentes em sua carteira. A divulgação é diária.

Já nos fundos de investimento comuns, descobrir qual é a tese defendida por seu gestor e quais são as suas principais posições escolhidas pode ser um tanto quanto difícil.

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E sabe qual foi a época em que os ETFs mais ganharam espaço? Justamente logo após a crise financeira global de 2008, apesar de existirem desde a década de 1990. A explicação passa pela busca por maior transparência.

Como ponto final por hoje (porque poderia incluir outros itens), cito a possibilidade de diversificação. Você não precisa escolher uma ação e apostar que essa é a sua chance de valorização. Você pode comprar várias ações ao mesmo tempo, enquanto uma poderá não ir muito bem, uma outra poderá se multiplicar por diversas vezes, e a outra continuar no zero a zero.

E você, feliz, recebendo a média dessa cesta.

Para que você não ache que esse é o melhor investimento, aqui no Brasil temos a limitação de encontrarmos poucas oportunidades e consequentemente pouca liquidez (é mais difícil comprar e vender a qualquer momento). Veja só, o primeiro ETF de renda fixa começou a ser negociado só no ano passado. 

E também, o fundo não conta com a isenção de imposto de renda para vendas inferiores a R$ 20 mil por mês, como acontecem com as ações.

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Se você, assim como eu, quer simplicidade com bons ganhos, não deixe de considerar a inclusão de fundos de índice em sua carteira de investimentos.

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