Ação do Banco Pine sobe 100% em 5 pregões, mas analista vê riscos fortes no curto prazo

Instituição financeira recebeu recomendações de compra, mas ainda sofre com sua carteira de clientes e teve que mudar toda a gestão

Ricardo Bomfim

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SÃO PAULO – A ação do Banco Pine (PINE4) disparou 100% nos últimos cinco pregões, saindo de R$ 2,51 para R$ 5,02 às 16h07 (horário de Brasília) após receber recomendações de compra. O volume de compras e vendas também chama a atenção. 

Em julho, o volume médio diário negociado de PINE4 foi de R$ 618,5 mil. Já nos pregões dos dias 2 e 5 de agosto, foram movimentados R$ 12,6 milhões e R$ 14,9 milhões respectivamente. Só nessas duas sessões a alta dos papéis foi de 53%.

O desempenho das ações foi tão atípico que a própria B3 pediu esclarecimentos. 

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Segundo a companhia, o otimismo dos acionistas se deve à implementação de um novo modelo de negócios que visa ao aumento da base de clientes. Além disso, argumenta, o Pine quer pulverizar riscos e aumentar o retorno da sua operação principal, digitalizando jornadas e canais. 

Outro motivo citado pelo próprio banco é a venda de ativos como imóveis e títulos recebidos como pagamento de safras anteriores. 

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Contudo, o analista da Eleven Financial Research, Carlos Daltozo, alerta que há dois anos o banco Pine sofre com a sua carteira de clientes. “A empresa vem apresentando prejuízos e atua no segmento corporativo, que performa mal mesmo nos grandes bancos. Só o Bradesco teve algum crescimento no corporate“, avalia. 

Daltozo entende que os danos causados ao banco pelos seus financiamentos para agronegócio e energia tornam o case de investimento nos seus papéis bem complicado.

“O Pine trocou todos os executivos no ano passado. Não é uma empresa para a qual vejamos um processo de virada no curto prazo”, explica. Assim, quem quiser investir deve estar bastante ciente dos riscos de aportar capital nas ações.

Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.