Notícias abatem a Tesla, que entra em “bear market” e perde posto de maior montadora dos EUA

Os papéis da Tesla fecharam com forte perda de 5,58%, cotados a US$ 308,83, após um novo revés com seu sedã "Model S"

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – As ações da Tesla voltaram a cair nesta quinta-feira (6) e entraram em “bear market” (quando acumulam queda de mais de 20%) após uma sequência de notícias que não foram muito bem recebidas pelo mercado. Com isso, a companhia perdeu hoje para a General Motors o posto de maior montadora dos Estados Unidos.

Os papéis da Tesla fecharam com forte perda de 5,58%, cotados a US$ 308,83, após um novo revés com seu sedã “Model S” fracassando nos testes de segurança de um organismo independente. Esta novidade caiu como uma bomba em um momento em que Wall Street começa a se questionar sobre seu crescimento.

Segundo o IIHS (Insurance Institute for Highway Safety), organismo financiado pelas companhias de seguro, o “Model S”, um dos modelos comercializados pela Tesla junto com o “Model X”, não passou nos testes de segurança, que consistem em avaliar a resistência de um veículo em cinco situações de perigo tais como um choque contra uma árvore ou um poste.

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Como consequência, a marca especialista em veículos elétricos, acostumada a ter boas qualificações em termos de segurança, não conseguiu a nota máxima na escala do IIHS. Essa é a segunda vez que este modelo, que tem preço de base de US$ 70 mil, se submete a um teste da agência, após uma primeira vez na qual também não obteve a melhor classificação.

Embora a Tesla tivesse grande vantagem sobre a GM em valor de mercado até o fim do mês passado, o mercado reagiu mal ao recente anúncio do lançamento de um carro popular pela companhia. A gigante dos carros elétricos, criada por Elon Musk, anunciou na última segunda-feira a produção massiva do sedã Model 3, duas semanas antes do planejado, com as primeiras entregas previstas para 28 de julho.

O Model 3, que visa o mercado intermediário, custará cerca de US$ 35 mil, preço considerado baixo, e é crucial para a estratégia da Tesla de popularizar os veículos elétricos. Os investidores também não gostaram do ritmo de produção da empresa no segundo trimestre. A Tesla fabricou 22 mil veículos, menos que os 23.655 esperados pelos analistas.

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A empresa também amarga a notícia de que vai começar a enfrentar um mercado mais concorrido. Sua rival sueca Volvo anunciou, nesta quarta, que vai interromper a produção de veículos somente com motor de combustão a partir de 2019, fabricando modelos elétricos ou híbridos.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.