Preços administrados devem ser destaque da inflação neste ano, avalia o Dieese

Segundo o instituto, alguns preços administrados, como impostos, energia, água, telefonia e combustíveis, devem ser os vilões

Camila F. de Mendonça

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SÃO PAULO – Se os alimentos foram os grandes destaques da inflação em 2010, os preços administrados, como impostos, energia elétrica, água e esgoto, telefonia, combustíveis e remédios, devem ser os grandes vilões em 2011.

A análise, divulgada nesta segunda-feira (14) pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socieconômicos), mostra ainda que alguns reajustes normalmente praticados no início do ano não apontaram variações significativas neste ano, na comparação com o mesmo período de 2010. “Muitas delas chegaram mesmo a aumentos inferiores aos praticados no ano anterior”, disseram os pesquisadores.

Esses reajustes menores foram verificados em itens como transporte coletivo, mensalidades escolares, alimentação fora do domícilio, consultas médicas, cigarro e outros itens de consumo. “Esses itens não devem sofrer novos reajustes até o final de 2011”, avaliaram os especialistas.

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Alimentos
Os alimentos, de acordo com o Dieese, deixarão de ser os vilões da inflação deste ano. Entre março de 2010 e fevereiro de 2011, os preços desses itens variaram 10,9%, acima da inflação média, de 6,26% no período. Considerando os dois primeiros meses deste ano, a inflação desse grupo apresentou alta de 1,57%, bem próxima ao índice geral, de 1,7% no período.

“Apesar das quedas de preços destes bens no primeiro bimestre de 2011, seus valores ainda estão muito elevados, portanto, não deve se esperar que venham a subir acima de patamares praticados neste período”, avaliaram os pesquisadores a respeito dos principais produtos que registraram fortes aumentos no ano passado, como carne, feijão, frango, óleo de soja e açúcar.

Tarifas e preços administrados
A estimativa do Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central, vai ao encontro das perspectivas do Dieese. Em sua ata da reunião de março, divulgada na última semana, o comitê manteve a projeção de alta para as tarifas de telefonia fixa e energia elétrica para este ano, de 2,9% e 2,8%, respectivamente.

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Já os preços da gasolina e do gás de botijão devem se manter estáveis neste ano, conforme projeta o Banco Central. Por outro lado, a variação do conjunto de preços administrados para 2011 foi mantida em 4%.

De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), esse conjunto de preços representou 28,90% do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) do último mês de 2010.