Ativos “à prova de idiotas” de Eike Batista ganham destaque na The Economist

Publicação destaca visão, ousadia e bom relacionamento do empresário com o Governo, mas cobra por resultados concretos

Fernando Ladeira

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SÃO PAULO – Conhecido por vender ideias e boas perspectivas, Eike Batista aprendeu desde cedo a apostar em “ativos à prova de idiotas”, citou a The Economist na edição deste fim de semana – para relembrar o termo que o próprio empresário já concedeu aos seus negócios, quando, no ano passado, negou vender ativos. Segundo a publicação, o empresário seleciona investimentos com altas margens, o suficiente para compensar algum contratempo.

E esse pode ser o segredo para o sucesso de Eike. Ao menos, para o megainvestidor Warren Buffett, o executivo está no caminho certo. “Você deve investir num negócio que até um idiota poderia dirigir, porque algum dia um idiota o dirigirá”, disse, certa vez.

Nesse ímpeto para novos negócios, Eike já possui seis companhias listadas na bolsa, mas estas trouxeram poucos resultados concretos. “Poucas [das empresas X] geraram lucro. (…) Mas vender potencial fez de Batista o homem mais rico do Brasil e o sétimo mais rico do mundo, com uma fortuna estimada em US$ 30 bilhões”, destaca a publicação.

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À espera de resultados
Assim, entre elogios e ponderações a Eike, a publicação destaca alguns desafios que se apresentam à frente. “Ele já fez o suficiente para convencer os investidores a darem mais tempo a ele. Mais mais cedo ou mais tarde o vendedor brasileiro terá que entregar”, cobra a revista.

Pelo lado negativo, a The Economist chama atenção para os problemas de infraestrutura no Brasil, com portos superlotados, contrapondo-se aos planos otimistas do empresário, que promete construir estradas, ferrovias, portos, e refinarias para embarcar os minerais do País ao mercado global.

Outro ponto de atenção faz referência à tendência de Eike a ir ao mercado com conceitos ainda em evolução. Para ilustrar, a reportagem cita o IPO (Initial Public Offering) da OSX Brasil (OSXB3), a qual emitiu ações e, logo em seguida, teve a permissão para a construção de um estaleiro negada pelo ministério do meio ambiente – que era descrito no prospecto como “central” para os planos da companhia. Contudo, o executivo contornou a situação e moveu o projeto para o porto do Açu.

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Visão, ousadia e relações com o Governo
Por sua vez, a publicação destaca o sucesso da OGX Petróleo (OGXP3), que o transformou de rico em “super rico”, ao se firmar como a maior petrolífera privada do Brasil após ganhar concessões para exploração de petróleo contra grandes companhias, como Petrobras (PETR3, PETR4), Exxon Mobill e Shell.

“Parte do seu sucesso é devido à sua visão e ousadia – mas ele também dominou a habilidade de desenvolver e construir conexões com o Governo.” O texto exalta que essa ligação ajuda a agregar valor aos seus investimentos, tal como na decisão das autoridades brasileiras de que as petrolíferas devem comprar a maior parte de seus equipamentos em território nacional – o que pode beneficiar a OSX (OSXB3), por exemplo.