Publicidade
Charles M. Susskind, sócio da CMS Invest, que tem sob custódia R$ 3,9 bilhões, diz que o “desarranjo fiscal está fazendo a taxa de juros explodir” no país. “A gente voltou a ter título público pagando IPCA+7”, afirma.
“Isso tira um caminhão de dinheiro da economia dos investidores, que não vão tomar risco em um negócio que não pode dar certo, quando se realiza 7% ao ano além da inflação sem fazer nada”, ressalta.
Otavio Fiuza, sócio da Knox Invest, que tem sob custódia R$ 6 bilhões, conta que prefere aproveitar os níveis altos de taxas de juros com investimentos nos ativos atrelados ao IPCA.
Hedge da inflação
Fiuza explica que o escritório está com visão de diversificação, mas mantendo parte do patrimônio com foco na dolarização. “Não só com hedge de inflação, mas também em termos de estabilidade global”, diz.
“Temos falado que o custo de oportunidade hoje é muito alto principalmente por conta dos juros brasileiros”, complementa o assessor.
Leia mais: “É preciso evitar decisões emocionadas” com Selic a 11,25%, sugere InvestSmart
Continua depois da publicidade
“Nosso câmbio vinha se depreciando antes da eleição do (Donald) Trump (nos EUA). Era um problema interno. Com eleição do Trump, aumentou a pressão”, ressalta Charles M. Susskind.
Fiuza diz também que a eleição de Trump para os mercados emergentes “de certa forma é negativo”.
“A gente costuma dizer que o dólar é o único meio de hedge real da inflação. O dólar acaba sendo o hedge natural contra a inflação”, diz o sócio da Knox.
Continua depois da publicidade
“Na construção patrimonial como um todo, a gente gosta muito da posição dolarizada de fato. Não é o quanto hoje tenho de real em dólar, mas quanto eu tenho em dólar”, explica.
Leia mais: Fundos imobiliários: vale a pena investir com a Selic em 11,25%?
CDI imbatível
Mas para o sócio da CMS, nada bate o CDI. “É assim nos últimos quatro anos”, diz. Ele acha que não há outro ativo para comparar. “O brasileiro avalia tudo pelo CDI e ponto. Padrão brasileiro”, reconhece.
Continua depois da publicidade
O assessor afirma que algumas carteiras acabaram enfrentando volatilidade com a explosão dos juros, mas que essa é a atual “realidade”. “Acredito que no momento, o melhor a fazer é proteger o patrimônio da inflação”, destaca.
Além disso, Otavio Fiuza entende que o dólar alto tende a beneficiar o agronegócio.
“A possível imposição a tarifas de produtos da China (nos EUA) tende a trazer um fluxo comprador de commodity para o Brasil, numa perspectiva de dólar mais alto, nível de inflação mais alto e uma taxa de juros mais alta também”, afirma.
Continua depois da publicidade
Neste contexto, ele vê setores se beneficiando desse cenário no Brasil, como bancos e empresas exportadoras.
“Um fator que é bastante determinante, além dessa parte de independência na tomada de decisão, é que a gente consegue ser 100% isento”, conta Fiuza, sobre a Knox.
“A gente se transformou num hub de negócios. O nosso core é assessoria e entender o cliente, o objetivo e o plano de vida”, diz, por sua vez, Susskind, da CMS.