Por que alguns profissionais têm medo da liderança?

De acordo com consultora comportamental, eles não querem deixar de lado a atividade que realizam para gerenciar a equipe

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – Enquanto muitos tentam alcançar a liderança, por incrível que pareça, outros temem o posto. Qual seria o motivo?

De acordo com a consultora comportamental Suyen Miranda, o que acontece é que essas pessoas se sentem desconfortáveis por assumir o cargo, principalmente se os subordinados são profissionais com os quais tiveram uma relação bastante duradoura. “Há o medo de sofrer preconceito dos colegas. A pessoa se sente desconfortável”, afirmou.

Ela exemplifica que, principalmente no setor industrial, as pessoas costumam ser contratadas e acabam indicando amigos e parentes. Depois de um tempo, crescem profissionalmente e são chamadas a assumir um posto em um nível hierárquico maior, mas não se sentem à vontade para isso.

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Resistência à atividade

Suyen tirou as conclusões depois de realizar pesquisa, pela Persona Consultoria & Eventos, com 12 empresas de pequeno e médio porte nos segmentos de indústria, comércio e serviços, na Grande São Paulo.

Segundo disse, outro motivo para a pessoa ter resistência à liderança é o fato de gostar muito da atividade que realiza. “Ela não quer abrir mão (da atividade) para gerenciar. Tem gente que quer continuar fazendo o trabalho, ser executor, e, quando gerencia, acaba fazendo o trabalho para o subordinado”, afirmou.

Despreparo

A pesquisa da consultoria ainda detectou que as competências de liderança são desconhecidas e trazem insegurança a colaboradores.

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De acordo com Rogério Martins, responsável pelo programa de Desenvolvimento de Lideranças, isso se deve a uma falta de política interna da empresa em formar novos líderes e, assim, melhorar seus processos e performance. “Por vezes, a dinâmica do dia-a-dia acaba por deixar a formação de lideranças de lado, privilegiando processos já conhecidos, o que impacta em resultados abaixo do esperado ao final do exercício”.

Sobre o fato de os profissionais não quererem gerenciar por se distanciar da atividade, Martins disse que não há percepção mais errada: “a liderança aproxima e traz visão mais ampla do processo e das pessoas envolvidas, inclusive com maior percepção do processo como um todo”.