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SÃO PAULO – Avaliações sobre o Legislativo, Executivo e Judiciário deixam evidente o descontentamento do brasileiro com as bases do setor público. Em todas as três enquetes realizadas pela InfoMoney – uma para cada Poder -, a nota com maior freqüência da amostra é zero.
Dos 2.203 participantes da pesquisa sobre o Executivo, 1.099 (49,89%) optaram pelo conceito mínimo. Em relação ao Judiciário, foram 1.230 (47,36%) notas zero entre 2.597 observações. E para o Legislativo, 1.485 (69,95%) entre 2.123.
Analisadas de forma agregada, as avaliações em pauta descrevem um padrão geral de insatisfação; e com pouca margem para questionamento. Nenhum dos Poderes conseguiu uma média ponderada acima de 2,0.
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Idealizados por Montesquieu como uma tríade de relações sinérgicas, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário têm sua complementaridade em xeque. O caso Renan Calheiros – que começa com inúmeras acusações e termina absolvido pelo Senado – exemplifica motivos para a crítica.
Poderes complementares
Na quarta-feira (13), uma votação no Senado poderia culminar na cassação do mandato de Renan. Mas o presidente da Casa não parecia constrangido. Recebeu com naturalidade o resultado: 35 votos pela cassação, 40 contrários e seis abstenções.
Representantes do Executivo preferiram o sentimento de alívio. O próprio presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, declarou o assunto como encerrado: “Eu acho que o Senado resolveu o problema”.
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Segundo Lula, para seu Poder, o que importa é ver as coisas voltando a funcionar. Postura pragmática, de olho nos projetos encaminhados: “Nós temos CPMF, reforma tributária e coisas de interesse do povo brasileiro”.
Com um provável ponto final sem maiores repercussões, o caso Renan deixa os inquéritos do STF (Supremo Tribunal Federal) como meras conjecturas. Ficam vazios, também, os esforços do Judiciário. Só para completar as sinergias da tríade.