Bolsas em baixa, com inércia de bancos centrais e maior déficit fiscal na Grécia

BoE e BCE mantêm política monetária, enquanto gregos elevam projeção de déficit; dívida soberana em debate

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SÃO PAULO – As bolsas europeias operam em baixa nesta quinta-feira (8), em linha com os mercados futuros dos EUA. As cotações do petróleo e do ouro recuam, favorecendo o dólar, que se valoriza frente ao euro e a libre, mas se deprecia diante do iene.

Nos Estados Unidos, olhos atentos ao Initial Claims semanal até o dia 3 de abril, que medirá os pedidos de auxílio-desemprego na economia norte-americana. Além disso, ênfase para os  discursos do presidente do Fed, Ben Bernanke, e do vice-presidente do Fed, Donald Kohn.

BoE inerte, Grécia em apuros

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O BoE (Bank of England) manteve sua politica monetária, ao deixar a taxa básica de juro em 0,5% ao ano – menor patamar desde sua fundação, em 1694. Além disso, o colegiado britânico afirmou que não alterará o orçamento de £ 200 bilhões referente ao programa de aquisição de ativos, que busca injetar liquidez no sistema financeiro.

Também o BCE (Banco Central Europeu) adotou postura semelhante, mantendo o juro básico em 1% ao ano na Zona do Euro.

Do Reino Unido para a Grécia, o governo elevará sua projeção para o déficit orçamentário para 12,9% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2009, frente à expectativa anterior de 12,7%. A revisão ocorre após o governo ter divulgado declínio de 2% no nível de produto do ano passado, acima das estimativas originais, que apontavam queda de 1,2%.

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Sem apreciação, nem bolha
Para Xia Bin, membro do comitê do PBoC (People’s Bank of China), a apreciação do yuan resultará em um impulso à inflação global. “Se a economia da China desacelerar devido a uma forte apreciação de sua moeda, isso não beneficiará o mundo ou os consumidores nos EUA, pois os custos aumentarão”, disse Xia, em entrevista coletiva em Xangai.     

Do câmbio para o setor imobiliário, o governo de Xangai já completou um plano básico para a taxação de imóveis na cidade, a fim de mitigar a possibilidade de uma bolha imobiliária, conforme noticiado no jornal Shanghai Securities News.

Dívidas públicas insustentáveis?
Trabalho publicado pelo BIS (
Bank for International Settlements) intitulado “O futuro da dívida pública: prospectos e implicações” revela que as políticas atuais dos governos ao redor do mundo não são efetivas. “Nossas projeções da relação entre dívida pública e PIB apontam que o ritmo perseguido pelas autoridades fiscais em um número de países industriais é insustentável”, discorre o BIS.  

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“Medidas drásticas são necessárias para sanar o avanço rápido das atuais e futuras dívidas dos governos, para reduzir as decorrências adversas para o crescimento no longo prazo e a estabilidade monetária”, completa o banco. Projeções do BIS apontam que, no melhor dos cenários, a relação entre dívida pública e nível de produto deve chegar em 2040 na casa de 200% nos EUA, enquanto que, no Reino Unido e no Japão, as relações deverão ser de 400% e 300%, respectivamente.

Para inglês ver
“Quando o ministro das Finanças do Japão diz ‘pule’ e o BoJ (Bank of Japan) responde, isso significa que a independência da autoridade monetária é falsa? Ou tudo não passa de um show protagonizado pelo próprio BoJ?”. A afirmação é de Richard Koo, economista-chefe da Nomura Holdings, e se refere a medida recente do BoJ de expandir a liquidez no sistema financeiro, após o ministro das Finanças, Naoto Kan, ter pedido ações das autoridades monetárias para combater a deflação.

Para Koo, “com a flexibilização quantitativa nas circunstâncias que se encontra, você pode dobrar e triplicar a liquidez no sistema financeiro, mas não haverá tomadores”. Apesar da ampliação, “Não haverá danos à economia e, como resultado, os políticos ficam felizes”. Logo, o economista levanta a possibilidade de um grande teatro pelo BoJ. “Se a oferta monetária não está crescendo, toda a liquidez lançada pelo BoJ no sistema financeiro ficará estagnada”.

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Pequenos tombos para um verão favorável
Análise técnica da Fusion IQ aponta que o índice S&P 500 ainda se encontra confinado em um canal de alta. “O fechamento da véspera traz o índice perto do nosso primeiro suporte, em 1.200 pontos”, completam os analistas técnicos. À frente, a Fusion IQ acredita em mais alguns pequenos tombos, “para depois o índice seguir rumo a casa de 1,3 mil pontos no verão (do Hemisfério Norte)”.

No Brasil, inflação
Por aqui, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que mede inflação em todo o Brasil. Já o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) variou 0,52% em março. O índice é utilizado pelo Banco Central para acompanhar os objetivos do sistema de metas de inflação. 

Mais cedo, foi anunciada a variação quadrissemanal de 0,98% do IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor Semanal), medida pela FGV (Fundação Getúlio Vargas). A FGV também publicou o IGP-DI (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna) de março, com inflação de 0,63%.

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Às 11h00, o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos) divulgará o ICV (Índice de Custo de Vida), que traz o custo de vida dos moradores do município de São Paulo, referente ao mês de dezembro. Por último, o IBGE divulgará a Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (9h30), com os preços e custos dos materiais utilizados na construção civil.