Bernanke mantém criticas à China e deixa economia dos EUA em segundo plano

Discurso do presidente do Fed junto ao G-20 é marcado por críticas à política monetária chinesa e à desvalorização do yuan

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SÃO PAULO – O discurso de Ben Bernanke nesta manhã foi marcado por críticas à questão cambial da China, deixando de lado previsões e considerações acerca da economia norte-americana, no dia de abertura da reunião de ministros de finanças do G-20 em Paris.

O presidente do Fed (Federal Reserve) reconheceu que fortes fluxos de capitais das economias centrais em direção aos emergentes podem ser responsáveis por efeitos negativos, mas manteve as críticas à política cambial deste países, em especial à China.

Política cambial em foco
“Fluxos de capitais estão impondo novamente desafios para a macroeconomia internacional e para a estabilidade financeira”, avaliou Bernanke, em meio à crescente pressão inflacionária que assola os mercados emergentes, porém o presidente do Fed evitou comentar perspectivas para a crescente inflação dentro dos EUA.

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Ademais, a China seguiu como alvo das críticas do chefe da autoridade monetária norte-americana. Em nenhum momento Bernake se referiu diretamente ao país asiático, mas suas citações continuaram com alusões claras à condução da política monetária da China e à desvalorização do yuan.

Bernanke recomenda mudanças
“A manutenção de moedas desvalorizadas por alguns países tem contrubido para uma ampliação dos gastos globais, que é desbalanceada e insustentável”, afimou Bernanke em seu discurso, completando que estes países “precisarão permitir a flutuação cambial para refletir melhor os fundamentos do mercado e aumentar seus esforços para substituir a demanda interna por exportações”.

Ainda sobre os emergentes, Bernanke afirmou que a elevada demanda nestes mercados tem contribuido significantemente para o cenário de alta nos preços das commodities.