“Não é a Dilma que vai me assustar”, diz Mendonça de Barros

O economista e ex-ministro disse que o importante é o investidor não entrar em pânico agora: "temos uma série de defeitos, mas temos uma sociedade que funciona bem"

Paula Barra

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SÃO PAULO – “Não estou nervoso com o País”. Desta forma, o economista Luiz Carlos Mendonça de Barros, ex-presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e ministro na época do FHC, iniciou na noite de ontem uma palestra sobre o Brasil pós-eleição organizada pela Lifetime Investimentos. “É por ter ido para o governo duas vezes que eu não consigo perder a confiança. Não é a Dilma que vai me assustar sobre o Brasil”, disse o economista, em evento promovido pela Lifetime Investimentos na noite de ontem. 

Para ele, o importante é o investidor não entrar em pânico. “Temos uma série de defeitos, mas temos uma sociedade que funciona bem e que, por isso, está aguentando esse atual governo”.

Mendonça comentou que o Brasil viveu anos dourados do PT no poder entre 2004 e 2011, quando o País sofreu grandes modificações econômicas e sociais, mas esse modelo esgotou e a partir dali “o sonho acabou”. “Esgotou uma série de espaços vazios na economia que dava suporte para o modelo de expansão (baseado no incentivo ao consumo) adotada pelo Lula. O crédito chegou ao limite e as pessoas passaram a não conseguir mais pagar suas contas”, explicou.

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Segundo ele, o governo tem agora que restabelecer a credibilidade econômica, tornando crível as metas de inflação e superávit primário. Isto seria sinalizado com o anúncio de um ministro da Fazenda mais pró-mercado. Se isso ocorrer, Mendonça comenta que seria o melhor caminho a ser seguido por Dilma e que poderia fazer o Ibovespa voltar aos 65.000 pontos, o que daria uma alta de 19,52% em relação ao fechamento de ontem.