BC deve apertar o cerco e levar a Selic para 12,5% em março, diz Itaú

Para equipe econômica do banco, BC deve promover dois aumentos dos juros de 0,5 ponto percentual nas reuniões de dezembro e janeiro e um de 0,25 p.p. em março do ano que vem

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Banco Central deve apertar o cerco e promover mais três altas na taxa de juros até março do ano que vem, diz Itaú Unibanco. O banco estima uma Selic a 12,5% para o período, contra 12% anteriormente. 

Para a equipe econômica do banco, chefiada por Ilan Goldfajn, o BC deve acelerar o aumento de juros em 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões de política monetária de dezembro e janeiro, com uma alta final de 0,25 ponto percentual em março. Atualmente, a Selic está em 11,25% ao ano após o BC ter elevado em 0,25 p.p. na última reunião, no final de outubro, quebrando uma série de cinco reuniões com taxa de 11%.  

Segundo o banco, a estratégia do BC é realizar ajustes oportunos nas condições monetárias para garantir, a um custo menor, a prevalência de um cenário mais benigno para a inflação. Ele comenta que o Copom (Comitê de Política Monetária) gostaria agora de ser visto como agindo de forma preventiva. Ou seja, realizando ajustes agora para evitar um esforço maior de política monetária no futuro para manter a inflação dentro do intervalo da meta. Em especial, a depreciação cambial, que foi apontada na última reunião como razão da piora do balanço de riscos para a inflação. 

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Neste ano, o real se depreciou 9% contra o dólar, e 64% desde o ponto mais apreciado de 2011. Somente neste mês, a moeda caiu 4% em relação à média de outubro. Para o Itaú, essa deterioração adicional ao balanço de riscos para a inflação deve levar a uma reação mais contundente da política monetária já na próxima reunião. 

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