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SÃO PAULO – Após 22 anos, uma palavra volta a rondar os debates, tanto nas ruas quanto no Congresso: impeachment. A presidente Dilma Rousseff (PT) parece longe de sofrer um processo como o feito com Fernando Collor de Mello, mas cada dia mais ouvimos pessoas falando sobre esta possibilidade. Nesta segunda-feira (9), o assunto acabou criando uma discussão forte entre o líder do PSDB, o senador Cássio Cunha Lima (PB) e o petista Lindbergh Farias (RJ).
O tucano afirmou que acha legítima a discussão sobre o impeachment de Dilma. Lindbergh se irritou e disse que os tucanos estão estimulando os movimentos pró-impeachment. “Não é acusar o povo de golpista, mas tem uma minoria golpista se organizando nesse país, como fizeram com Getúlio, João Goulart. Estimuladas, sim, pelo PSDB, que questionou o processo eleitoral ao seu final”, disse o petista.
Lima rebateu dizendo que ninguém está apoiando o impeachment, mas que o PSDB considera legítimas as manifestações em defesa do processo. O tucano ainda explicou que a questão não é sobre a queda de popularidade da presidente, mas sim por conta do atual cenário econômico e das corrupções com a Petrobras.
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“Estamos diante de um conjunto de fatos que levam, aí sim, a população a mencionar cada vez mais aquilo que é o impedimento da presidente da República previsto na Constituição”, disse Lima. Entrando na discussão, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) também defendeu as discussões sobre o impeachment.
“A palavra impeachment não deve causar arrepio porque está na Constituição. O que causa arrepio é estar na boca do povo. Mas não adianta querer silenciar. Tentar silenciar é golpismo”, afirmou Buarque.