Mulheres e homens em postos de liderança: comportamento é igual?

Elas não deixam de lado a emotividade e ainda são estratégicas; eles são racionais e assertivos

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – Chamado de “sexo frágil”, as mulheres lutaram muito para conseguir ingressar no mercado de trabalho. Assumir cargos de liderança, então, foi algo que teve de ser construído tijolo por tijolo. Mesmo conquistando postos de alto nível, será que elas deixaram toda essa fragilidade de lado e igualaram o comportamento delas ao dos homens?

De acordo com o consultor do instituto de aperfeiçoamento profissional IDORT-SP, David Carlessi, houve mudanças no decorrer do tempo. “Quando ela começou, tinha que brigar muito e era mais atrevida. À medida que o tempo foi passando, essa mulher se consolidou no mercado de trabalho e já toma medidas mais estratégicas”, afirmou.

Ele ainda disse que a mulher está mais tranqüila com relação à carreira, sendo que muitas estão em profissões típicas de homens, como piloto de avião e nas Forças Armadas.

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Estilos diferentes?

Sobre o estilo de liderança, Carlessi deixa claro: o que se observa não pode ser aplicado a todas as pessoas, mas, mesmo assim, é possível identificar comportamentos e qualidades típicos de cada sexo. A mulher, por exemplo, se tornou mais analista e administradora, mas não deixou de lado o tratamento emocional com as pessoas.

Elas são mais eficazes em alguns pontos particulares. “Em relação à formação profissional, elas estão muito mais preparadas do que os homens”, afirmou. As mulheres também estão um passo à frente quanto aos assuntos imagem e postura. Um exemplo dado pelo consultor é a própria aparência. “Elas sabem se arrumar melhor!”.

O homem já é mais virtuoso no tratamento entre as pessoas, o que significa que consegue ser mais igualitário. Ele é mais objetivo, consegue ser mais racional e assertivo.

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Subordinados

De acordo com Carlessi, a líder mulher não tem necessidade de provar sua capacidade tanto quanto o homem, independentemente do assunto discutido. Ela consegue formar equipes e inspirar outras pessoas mais facilmente, porém peca, quando o assunto são as colegas de trabalho. “Ainda há uma boa competitividade entre as mulheres. É uma questão de posicionamento e de pensar “por que não sou eu que estou liderando?”.

Hoje, existe mais liberdade e naturalidade no trato entre homens e mulheres no mundo corporativo, mas, quando o negócio é discutido entre eles, existe uma relação mais fácil. As coisas fluem melhor, por sua vez, quando a mulher lidera um homem. “Porque ela envolve, cativa, usa o aspecto mais emotivo. A mulher convence melhor”.

Mas essas discussões de estilo de liderança não afeta nos resultados. De acordo com Carlessi, independentemente de ter um homem ou mulher no posto de liderança, os objetivos são alcançados. “Eu quero acreditar que, ao longo do tempo, a liderança vai se caracterizar pelo estilo pessoal de cada um e não pelo sexo”.