‘Estamos no mesmo saco, eu, o Lula e a Dilma’, diz José Dirceu

Reclamando da omissão de Lula em sua defesa, Dirceu disse que o ex-presidente e Dilma deixaram a pecha de corruptos cair no colo de petistas investigados por corrupção

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, está magoado com o ex-presidente Lula e com a atual presidente Dilma Rousseff (PT), segundo informações do Estado de S. Paulo. Ele teria até falado em “covardia” ao se referir à postura dos dois durante todo o processo do Mensalão e agora na Operação Lava Jato. Para ele, a omissão de Lula e Dilma fazem com que recaia sobre todos os petistas investigados nesses escândalos a pecha de corruptos. 

“De que serve toda covardia que o Lula e a Dilma fizeram na ação penal 470 e estão repetindo na Lava Jato? Agora estamos todos no mesmo saco, eu, o Lula, a Dilma”, disse Dirceu, segundo relatos colhidos pela reportagem.

O desabafo de Dirceu teria sido confidenciado a amigos na semana passada. Condenado a 11 anos e sete meses de prisão por ter chefiado o esquema de compra de votos revelado em 2005, Dirceu estaria reclamando da falta de dinheiro, garantindo que vive com R$ 4 mil que recebe no escritório e R$ 12 mil de salário da J.D. Assessoria e Consultoria, que deve encerrar as atividades em seis meses com dívidas de mais de R$ 1 milhão. 

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Ele diz que os milhões recebidos desde que deixou o governo foram todos gastos em sua defesa no processo do mensalão e em atividades de consultoria que envolveram 300 viagens pelo Brasil e 128 ao exterior. “Não posso mais trabalhar no Brasil”, teria dito ele a uma pessoa próxima. 

Lula não tem envolvimento no Mensalão
Apesar da decepção, o ex-ministro faz duas ressalvas quanto a Lula. A primeira é a de que “nem a defesa de si mesmo” o ex-presidente faria. A segunda é que ele não vê qualquer possibilidade de que Lula estivesse envolvido no Mensalão. 

Além disso, ele não vê o ex-presidente se articulando para um retorno ao Planalto em 2018. Para ele, o mais importante agora é mobilizar os setores próximos do partido e “colocar lógica” na relação turbulenta do governo com o PMDB. No entanto, ele lembra que se Lula disser que é candidato em maio de 2018, ninguém irá se opor.