“Não adianta dizer que o Levy é um Judas. Judas é a Dilma”, diz Marta em entrevista

“Me iludi com o governo Dilma quando eu fui ministra. Porque percebi que tinha uma insatisfação de deputados, senadores, do povo, dos empresários dizendo que o governo não ia para canto algum, que aquilo seria um desastre. Todos infelizes”, afirmou Marta a Amaury Jr.

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Recém-saída do PT, a senadora Marta Suplicy deu uma nova alfinetada na presidente Dilma Rousseff. Desta vez, referindo-se à fala da presidente de que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, não poderia ser tratado como um “Judas”.

Em entrevista ao programa Amaury Jr., Marta afirmou que “não adianta dizer que o Levy é um Judas. Judas é ela (a Dilma)”. 

“Me iludi com o governo Dilma quando eu fui ministra. Porque percebi que tinha uma insatisfação de deputados, senadores, do povo, dos empresários dizendo que o governo não ia para canto algum, que aquilo seria um desastre. Todos infelizes”, afirmou.

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Ela também afirmou que tentou se reaproximar do ex-presidente Lula para promover a sua candidatura em 2014. “Queriam o Lula. Eu tentei me aproximar para um movimento pró-Lula, mas ele desistiu e eu falei que não tinha mais por que ficar”, disse.

A senadora também destacou que tem a intenção de disputar a prefeitura de São Paulo.

Marta informou no final de abril a sua desfiliação do PT. Pouco após a reeleição de Dilma Rousseff, Marta adotou uma postura crítica ao Executivo Federal e, em sua carta de demissão do ministério da Cultura, fez críticas indiretas à condução da política econômica no primeiro mandato da petista.

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Na carta de desfiliação, Marta criticou o partido ao dizer que é de conhecimento público que o PT tem sido o “protagonista de um dos maiores escândalos de corrupção que a nação brasileira já experimento.”

“Mesmo após a condenação de altos dirigentes, sobrevieram novos episódios a envolver a sua direção nacional. No meu sentir e na percepção de toda a nação, os princípios e o programa partidário do PT nunca foram tão renegados pela própria agremiação, de forma reiterada e persistente”, diz Marta no documento, ao citar que os crimes investigados geram não só “indignação”, mas também um “grande constrangimento”.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.