Vendo um País morrendo de medo, Armínio afirma: “não chegamos nem perto do fundo no poço”

"A campanha foi um show de mentiras. Agora o custo é este: um País morrendo de medo", afirmou o economista ao jornal Folha de S. Paulo

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em entrevista no último domingo ao jornal Folha de S. Paulo, o ex-presidente do Banco Central durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, Armínio Fraga, destacou um cenário bastante negativo para o Brasil. 

Principal assessor econômico de Aécio Neves (PSDB) nas eleições presidenciais de 2014 e sócio da Gávea Investimentos, o economista afirmou que, hoje, o Brasil está “morrendo de medo de tudo”: da recessão, inflação e desemprego.

“A campanha foi um show de mentiras. Agora o custo é este: um País morrendo de medo”, afirmou. “Não sou político, vivo de administrar o dinheiro dos meus clientes. Se for pessimista, estou acabado, mas tenho que ser realista. A situação não está boa”.

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Segundo o economista, “o governo chutou o pau da barraca [do gasto público] nas eleições e agora paga a conta. Isso já tinha acontecido no início do primeiro mandato da presidente Dilma. A situação hoje é pior porque o país entrou muito torto na história. A evolução da dívida é assustadora, e a recessão morde firme. É possível ver isso na indústria, no setor imobiliário”.

Quando perguntado sobre a concretização do cenário apontado por ele durante a eleição de que o Brasil entraria em recessão sendo que, na época, ele foi criticado por isso, Armínio afirmou que a situação “foi um grande teatro, um show de mentiras. O Aécio e o Fernando Henrique falaram isso o tempo todo. O custo é este: temos um país morrendo de medo”.

Sobre a situação econômica atual, Armínio disse acreditar “que não chegamos ao fundo do poço. Espero estar errado, mas analiticamente não estamos nem perto disso”.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.