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SÃO PAULO – Em depoimento para o MPF (Ministério Público Federal), o ex-gerente da Petrobras (PETR3; PETR4), Eduardo Musa, delator no processo da Lava Jato, afirmou que uma dívida da campanha à reeleição do ex-presidente Lula (PT) foi paga com dinheiro do esquema de corrupção na estatal.
Segundo informações do jornal Valor Econômico, Musa afirmou que soube da dívida com o Banco Schain pelo ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. Segundo o delator, a informação foi confirmada por Fernando Schain, um dos donos do grupo. Schain afirmou que o empréstimo de R$ 60 milhões foi intermediado pelo pecuarista José Carlos Bumlai, que é amigo pessoal de Lula.
O delator afirmou que para quitar a dívida, o governo entregou sem licitação o contrato de operação no navio-sonda Vitória 10 mil à Construtora Schain. A contratação da sonda, segundo Musa, não era necessária porque a Petrobras sabia que os poços a serem explorados por ela, na África, estavam secos. Ainda assim, ele relatou que apresentou à Diretoria Executiva a contratação como “um bom negócio”.
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O contrato com a Schain foi assinado em 2007, e Musa afirmou que trabalhou diretamente no negócio – em troca, disse que recebeu propina de US$ 720 mil no exterior. O presidente do PT, Rui Falcão, disse que a dívida nunca existiu, e que a delação é uma mentira divulgada para comprometer o partido.
O advogado de José Carlos Bumlai disse que o cliente contraiu um empréstimo no Banco Schain e pagou com doação de bens, sem qualquer tipo de favorecimento. A defesa do Grupo Schain informou que a empresa era, na época, a única no país com condições de operar a sonda Vitória 10 mil. A advogada de Nestor Cerveró não quis comentar o caso.