PSDB pede extinção do PT com base em denúncia de Cerveró sobre financiamento

O trecho em questão envolve um possível recebimento de dinheiro do exterior para uso na campanha presidencial do PT de 2006

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – O PSDB protocolou na Procuradoria-Geral Eleitoral ainda nesta quarta-feira (20) uma representação pedindo que seja investigado um trecho da delação premiada do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, adicionando um pedido de extinção do PT. O trecho em questão envolve um possível recebimento de dinheiro do exterior para uso na campanha presidencial do PT de 2006, o que segundo os tucanos é vedado pela Constituição e gera como consequência a perda do registro partidário.

Em documentação entregue à Procuradoria-Geral da República, antes do acerto da delação, Cerveró disse que a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de 2006 recebeu R$ 50 milhões em propina, oriundos de uma negociação para a compra de US$ 300 milhões em blocos de petróleo na África em 2005.

Na representação, o PSDB aponta que “o proceder do PT põe em xeque a soberania nacional”. “Não bastasse a enxurrada de recursos oriundos de corrupção, como demonstrou a Operação Lava Jato, agora é revelado que o Partido dos Trabalhadores se socorreu de recursos estrangeiros para suas campanhas eleitorais”, consta da peça do partido.

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“É uma denúncia gravíssima, apresentada por um integrante da quadrilha que operava o Petrolão, e que precisa ser investigada”, afirmou o vice-presidente jurídico do PSDB, deputado federal Carlos Sampaio (SP)“A extinção do PT não decorre da nossa vontade, decorre de uma consequência legal”, completou.

A representação tem como primeiro objetivo gerar a investigação das informações prestadas por Cerveró. Apenas se confirmado o recebimento de dinheiro do exterior em 2006, é que tem início a ação de perda do registro partidário. A eventual extinção do PT não gera a perda de mandato dos políticos eleitos pelo partido. Neste caso, os eleitos pela sigla teriam que se filiar a outra legenda, segundo os advogados do PSDB.

Vale lembrar que em delação premiada, Cerveró chegou a indicar também recebimento de propina no valor de US$ 100 milhões pelo “governo FHC”. Questionado se o partido considera Cerveró um delator confiável, Carlos Sampaio afirmou que o STF homologou a delação e, portanto, todos os fatos narrados pelo ex-diretor que possuem consistência devem ser investigados. “O que ele fala deve ser investigado, mesmo quando ele se refere ao PSDB. O PSDB quer que seja investigado tudo aquilo que a PGR entenda que tenha pertinência. Tem consistência? Deve ser investigado”, respondeu o tucano.

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Com Agência Estado

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.