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SÃO PAULO – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já tem data para falar pela primeira vez com o juiz Sérgio Moro, que conduz os processos da Lava Jato. A Justiça Federal marcou para o dia 14 de março a audiência do petista como testemunha de defesa do pecuarista José Carlos Bumlai, empresário preso na 21ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada em novembro de 2015.
Em depoimento à Polícia Federal, Bumlai isentou o ex-presidente de qualquer negócio relativo à Petrobras. O pecuarista afirmou que, apesar de se considerar amigo pessoal de Lula, nunca levou a ele questões comerciais. Em dezembro, durante o interrogatório, os investigadores perguntam se Bumlai está “tentando proteger figuras públicas de responsabilidade no episódio”. O pecuarista respondeu que “não está tentando proteger ninguém”.
O pecuarista é réu em um processo que apura supostos ilícitos na Petrobras e reponde pelos crimes de corrupção passiva, gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro. Empresário do Mato Grosso do Sul do setor sucroalcooleiro, Bumlai tinha excelente trânsito no governo Lula e no Palácio do Planalto. Os dois se conheceram em 2002, apresentados pelo ex-governador sul-matogrossense Zeca do PT, e estreitaram a relação nos anos seguintes.
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Os depoimentos das testemunhas de defesa de Bumlai — Lula e outras três pessoas — deverão ser realizadas por videoconferência, a partir das 9h30 da manhã, em São Paulo, segundo a Justiça Federal.