Ação da Indústrias Romi chega a cair mais de 8% com resultado fraco

Números frustraram as projeções do mercado, mas analistas do Itaú BBA dizem que esse é um nome para ficar de olho

Fernando Ladeira

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SÃO PAULO – Com um prejuízo de R$ 7,9 milhões nos três primeiros meses do ano e números trimestrais classificados como fracos, as ações da Indústrias Romi (ROMI3) chegaram a cair 8,46% na manhã desta quarta-feira (24), cotadas a R$ 5,41. Às 10h48 (horário de Brasília), a queda era mais amena, de 6,77%, para R$ 5,51.

Tanto as equipes de análise do Itaú BBA quanto do Banco Fator classificaram o balanço da empresa como mais fraco que o esperado. O Itaú BBA projetava um prejuízo de R$ 5,7 milhões no período.

Em relatório assinado por Gabriel de Gaetano e Gustavo Perez, os analistas do Banco Fator destacam negativamente a queda na carteira de pedidos, a queda da receita líquida e o aumento do prejuízo. Da mesma forma, as analistas Renata Faber e Thais Cascello, que assinam o relatório do Itaú BBA, chamam atenção para a margem Ebit (Lucro antes de juros e impostos) ainda negativa, enquanto as operações na Alemanha e na Itália trouxeram números fracos.

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Mas há sinais de melhora, na visão das analistas do Itaú BBA. “Nós estamos nos tornando mais otimistas com a Romi, já que esse é o primeiro trimestre que nós vimos evidência de que o pior pode ter ficado para trás”, escrevem. Elas ressaltam que esse é definitivamente um nome para ficar de olho.

Pelo lado positivo, o destaque do Itaú BBA fica para a alta de 12,9% nos novos pedidos, na comparação ano a ano, de um crescimento de 15,3% na carteira de pedidos de uma alta de 8,4% nas receitas, quando se excluem os números da B+W da conta. Já o Banco Fator destaca o Ebitda de R$ 2,4 milhões (contra os R$ 17 mil no mesmo período do ano passado) e a melhora das receitas no segmento de fundidos e usinados.

Itaú BBA quer mais sinais de recuperação no Brasil
Em entrevista ao Portal InfoMoney, os diretores da empresa ressaltaram a melhora na operação brasileira, que pode ser constatada no aumento da margem Ebitda. “Nossa visão de recuperação é real e verdadeira”, disse Livaldo Aguiar dos Santos, diretor-presidente da empresa, apesar das analistas do Itaú BBA dizerem não estar totalmente convencidas sobre a recuperação no cenário doméstico. Quanto à operação alemã, os diretores dizem possuir uma sólida carteira de pedidos e que as entregas se concentrarão no segundo semestre.

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As analistas do Itaú BBA dizem que no segmento de equipamentos para máquinas as receitas mais fortes, excluindo os números da B+W, e o aumento em novas ordens podem ser explicadas pelos incentivos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Agora, as analistas dizem precisar de um cenário mais encorajador em termos de investimentos antes de se tornarem mais otimistas com a recuperação. A recomendação underperform foi mantida para as ações, com preço-alvo de R$ 5,00 para o final do ano.