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SÃO PAULO – As gigantes de supermercados e concorrentes Carrefour (CRFB3) e Pão de Açúcar (PCAR4) apresentam resultados do segundo trimestre após o fechamento do pregão desta quarta-feira (24).
Para analistas, o resultado da rede francesa no período será melhor que o da varejista paulista, mas a alta de 29% das CRFB3 pode limitar a empolgação dos investidores com os bons números trimestrais. Com desempenho bem mais modesto, os papéis PCAR4, que sobem 11% em 2019, atrairiam compras com mais facilidade.
O consenso compilado pela Bloomberg de expectativas de analistas para o Pão de Açúcar revela uma estimativa de lucro líquido de R$ 224,8 milhões, ante R$ 188 milhões no primeiro trimestre deste ano. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, na sigla em inglês) deve ser de R$ 729,4 milhões e a receita líquida atingiria R$ 13,29 bilhões entre abril e julho.
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Para o Carrefour, o consenso Bloomberg aponta para lucro líquido de R$ 486,5 milhões, contra R$ 499,7 milhões nos primeiros três meses do ano. O Ebitda ficaria em R$ 1,06 bilhão e a receita líquida bateria R$ 14,52 bilhões.
No radar de recomendações, dos 16 bancos, corretoras ou casas de análise que cobrem Pão de Açúcar, são 14 os que recomendam compra e dois os que possuem recomendação neutra para a ação da empresa.
Já para os papéis do Carrefour negociados em Bolsa, há quatro recomendações de compra e 11 neutras.
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XP Investimentos
A analista Mariana Vergueiro, da XP Investimentos, afirma que o destaque positivo para o Carrefour será a operação de multivarejo (supermercado, hipermercado e proximidade) com aceleração de 9,1% nas vendas em mesmas lojas.
Isso deve, de acordo com ela, levar a uma expansão de 0,3 ponto percentual na margem Ebitda (Ebitda/receita líquida).
Já o atacarejo continuará sólido, mas com leve pressão de margens pela base de comparação mais difícil no segundo trimestre de 2018.
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Para o Pão de Açúcar, por sua vez, a XP espera resultados mistos. O atacarejo, representado pelo supermercado Assai, deve continuar com um desempenho forte, aumentando em 9,5% na comparação anual as vendas em mesmas lojas.
Mariana prevê expansão de 0,3 ponto percentual na margem Ebitda da companhia para esse ramo de negócios.
Por outro lado, o multivarejo deve registrar um crescimento baixo, de 1,6% nas vendas em mesmas lojas em função dos resultados fortes que a companhia teve no segundo trimestre de 2018. A margem Ebitda nesse segmento poderá recuar 0,6 ponto percentual.
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Bradesco BBI
Segundo o analista Richard Cathcart, do Bradesco BBI, as ações do Carrefour podem já estar precificadas de maneira justa após subirem 29% no acumulado do ano.
Na opinião dele, o mais atrativo na operação da varejista é o Atacadão, que tem ganhado 20 novas lojas por ano desde 2018, contra 12 a 15 antes disso. “Nós continuamos a ver um foco significativo para o Carrefour se consolidar no mercado de varejo de alimentos no Brasil via Atacadão”, destaca.
O Bradesco BBI aponta também que o crescimento na operação de varejo do Carrefour deve ter se acelerado no trimestre puxado por uma forte expansão nos segmentos não alimentares e no e-commerce.
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“Com isso, esperamos que a margem na operação de varejo tenha se expandido ligeiramente, devido à melhor alavancagem operacional, enquanto a margem para a operação de atacarejo deve ser pressionada”, avalia.
Já o Pão de Açúcar viveria uma situação oposta, com um atacarejo forte no trimestre, mas o varejo desacelerando principalmente por uma fraqueza nos segmentos não alimentares.
“Esperamos que a margem para a operação de varejo tenha caído 80 pontos-base na comparação anual, devido à desalavancagem operacional.”
Itaú BBA
Os analistas Thiago Macruz, Marco Calvi, Vinicius Figueiredo e Emerson Vieira, do Itaú BBA, esperam que o Carrefour mostre o melhor resultado do setor de varejo junto com Lojas Renner (LREN3).
Eles enxergam uma tendência de aceleração no crescimento das vendas nas mesmas lojas para as operações de atacarejo e de varejo propriamente dito, o que deve impulsionar o faturamento.
“A alavancagem operacional no varejo do Carrefour deve ofuscar as margens mais baixas no Atacadão e dirigir a expansão da margem Ebitda”, afirma o relatório.
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