Após “super dividendos”, melhor ação da Bolsa diz que vai aumentar investimentos em 2016

Em apresentação em Nova York, diretores da Fibria se mostraram otimistas para o futuro da companhia e expansão dos negócios

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Após um 2015 bastante positivo como a ação que mais subiu no ano, a Fibria (FIBR3) segue empolgada com o futuro, mesmo diante da atual crise econômica pela qual o País passa. Em evento realizado nesta quarta-feira (2) em Nova York, a companhia produtora de celulose afirmou que planeja investir R$ 2,05 bilhões em 2016, uma alta de 16,2% ante a projeção para 2015, sendo que o valor não inclui o projeto para expansão da fábrica no Mato Grosso do Sul.

Neste ano, devem ser investidos R$ 1,764 bilhão, quantia revisada ante o R$ 1,72 bilhão previsto anteriormente, de acordo com apresentação da empresa para investidores e analistas. Em dólares, contudo, o investimento em 2016 deve cair 12%, dos US$ 584 milhões previstos para 2015, para US$ 516 milhões.

“Fizemos bem o nosso dever de casa e agora estamos colhendo os frutos. Desde o nosso último encontro com os analistas e investidores em Nova York, no ano passado, reduzimos a nossa alavancagem de 2,52 vezes para 1,58 vezes, conquistamos o grau de investimentos das agências Moody’s e Standard & Poor’s, anunciamos a expansão da unidade de Três Lagoas, com investimento de R$ 8,7 bilhões (equivalente a US$ 2,2 bilhões) e aumentamos a receita líquida da Fibria em 60%”, afirma Marcelo Castelli, presidente da empresa.

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O projeto Horizonte 2, de expansão de fábrica de celulose em Três Lagoas (MS), terá investimento total estimado em R$ 8,7 bilhões de reais, ou US$ 2,2 bilhões de dólares, como a companhia já havia destacado anteriormente. Cerca de 60% do montante será desembolsado no ano que vem, 33% em 2017 e 3% em 2018.

Para 2016, a companhia espera crescimento da demanda por celulose de eucalipto de 1,5 milhão de toneladas, acima do aumento esperado da oferta de celulose de fibra curta, de 985 mil toneladas, considerando a entrada de capacidade de fábrica da Klabin e da Celulose Riograndense, em Guaíba (RS).

O presidente da Fibria ainda destacou o recente anúncio de dividendos extraordinários no valor de R$ 2 bilhões. Entre as razões que motivaram a decisão da companhia para a proposta estão o baixo nível de alavancagem, sua forte geração de caixa, o baixo custo médio da dívida e o fato de que o funding (estrutura de financiamento) do projeto Horizonte 2 já está equacionado.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.