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Há uma série de comentários constantes na mídia de que o cenário externo está negativo o que provocaria efeitos igualmente ruins sobre o desenrolar da atividade econômica brasileira.
De fato, o cenário externo parece mais promissor que aparenta. Isso, sobretudo, em função do desempenho da economia norte-americana a qual vem apresentando consistente e positiva evolução em termos de demanda, sobretudo no que diz respeito ao consumo.
A última e extremamente positiva notícia internacional foi o informe de maio/15 sobre o emprego, divulgado ao final da semana passada. A taxa de desemprego alcançou o patamar de 5,5%, com a criação de 280 mil novos empregos, cerca de 32 mil acima dos meses anteriores.
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Os números do mercado laboral estão contrariando a visão de que a atividade econômica dos EUA está enfraquecendo, conforme mostraram os números sobre o PIB do primeiro trimestre do ano. Aparentemente, o que ocorreu foi algo bem transitório e pontual e não revela nenhuma tendência mais sólida do que vem pela frente.
A economia dos EUA representa cerca de ¼ do PIB mundial. Desta forma, o desempenho crescente da maior economia mundial sugere que a demanda mundial pode estar ingressando num momento mais favorável, mesmo para a China, cujo desempenho tem sido prejudicado pelo relativo enfraquecimento de suas exportações. Somente a Europa, sujeita a restrições monetárias durante os anos que se seguiram à crise de 2008, está com um desempenho fragilizado. A crise grega e dos países meridionais da zona do euro deve persistir como principal aspecto negativo para a recuperação de todo o Velho Continente.
De toda a forma, o principal risco para o Brasil será a normalização da política monetária dos EUA. Não há mais nenhuma razão objetiva que indique ao Federal Reserve uma política monetária tão frouxa. A hora de aumentar a taxa de juros básica já chegou. Formalmente isso poderá ser introduzido pela autoridade monetária dos EUA já a partir de setembro deste ano.
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Infelizmente, o Brasil está fazendo o seu ajuste macroeconômico no exato momento em que a economia mundial melhora. Todavia, o sucesso deste ajuste está cada vez mais dependente do cenário interno, pois o mundo está mais tranquilo e ganhando tração em termos de crescimento da demanda. A crise de 2008 deve estar sendo encerrada.