Após repique da véspera, Ibovespa registra leve queda à espera do Fed

Índice tem leve queda na expectativa por desfecho da reunião de política monetária nos EUA; crise na Ucrânia e resultados estão no radar

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O Ibovespa segue o movimento de cautela das bolsas internacionais e registra leve queda após a “euforia” da véspera. Às 10h28 (horário de Brasília), o índice registrava leve baixa de 0,30%, a 46.012 pontos, em um movimento de cautela após ter o segundo melhor pregão de 2014 na véspera. 

A grande expectativa nesta sessão fica para o desfecho da reunião do Fed, que acontecerá na tarde desta data. Economistas esperam que a autoridade monetária continue a reduzir o seu programa de estímulos à economia em US$ 10 bilhões a cada reunião e que mantenha a taxa de básica de juros perto de zero. Mas o mercado também aguarda orientações para possíveis mudanças na política através do comunicado desta quarta-feira. 

Também seguem no radar dos investidores as tensões envolvendo Ucrânia e Rússia. Na última terça-feira (18) o presidente russo, Vladimir Putin, disse ao Parlamento que não pretende assumir o controle de outras regiões da Ucrânia após a anexação da Crimeia, após assinar documento que torna a região parte da Rússia. Porém, o mercado segue cauteloso à espera de possíveis novas sanções por países do ocidente contra os russos. 

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O mercado deve seguir em movimento de cautela, como destacam especialistas. Para João Pedro Brugger, analista da Leme Investimentos, o índice não deve apresentar grandes forças para seguir este movimento de ganhos. A princípio, o desempenho dos últimos dias não teve justificativas tão sólidas. “A médio prazo, não vejo fatores para a reversão do índice”, afirma Brugger.

Ambev e Ecorodovias entre as maiores baixas
Poucas ações são destaque no Ibovespa nesta data. A Ambev (ABEV3, R$ 16,47, -1,91%) registra uma das maiores baixas do índice, em meio às notícias de que a Receita Federal se prepara para aumentar impostos sobre bebidas frias a partir do dia 1º de abril. Mas, como a maior perda do índice, está a ação da Ecorodovias (ECOR3, R$ 12,74, -2,00%), após a companhia revelar os seus números do quarto trimestre, com um crescimento da receita líquida de 1,1%, para R$ 620,1 milhões no período, abaixo do esperado pelo mercado. 

Enquanto isso, as ações com maior participação do Ibovespa tem um dia praticamente estável. No campo corporativo, a Petrobras (PETR3, R$ 12,42, +0,49%PETR4, R$ 12,97, 0,00%) segue no radar do mercado, após a gestora britânica Aberdeen e outros acionistas minoritários da Petrobras lançarem campanha para a eleição de José Monforte como novo membro independente do Conselho de Administração da companhia. A assembleia para a eleição dos membros do Conselho está marcada para 2 de abril. O novo conselheiro acompanharia Mauro Cunha, atual conselheiro independente. A campanha pela eleição de Monforte é apoiada, além da Aberdeen, pelos fundos de pensão The California State Teachers’ Retirement System e Universities Superannuation Scheme, pela gestora F&C Management e pela consultoria Hermes Equity Ownership Services.

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Já as ações da Vale (VALE3, R$ 29,78, -0,10%; VALE5, R$ 26,40, -0,56%) e siderúrgicas têm um dia entre leves ganhos e perdas. 

Europa e Ásia 
As principais bolsas europeias têm um dia praticamente estável nesta data, enquanto o mercado asiático fechou o dia majoritariamente em queda, com os investidores de olho no Fed. 

Mesmo com o fechamento positivo de Wall Street, as ações asiáticas fecharam o dia com queda, à exceção do benchmark japonês. O Nikkei, apesar de fracos dados do comércio no país, encerrou o pregão desta quarta-feira com alta de 0,3%. Já na China, com temores sobre uma possível crise no mercado imobiliário, o índice de Shangai Composto teve queda de 0,17% no dia, enquanto o Hang Seng fechou com leves perdas de 0,07%.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.