Lula acredita em condenação em 2ª instância e busca acordo para viabilizar “substituto” em 2018

De acordo com a Folha, o petista busca tornar o nome do ex-prefeito paulistano Fernando Haddad competitivo o suficiente para que o PT ao menos não desapareça nacionalmente

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em caravana pelo Nordeste, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se apresenta como candidatíssimo ao Palácio do Planalto em 2018. Contudo, nos bastidores, a situação em que ele se coloca é diferente, segundo informa o jornal Folha de S. Paulo. Segundo a publicação, o petista acredita em sua inabilitação pela Justiça e busca tornar o nome do ex-prefeito paulistano Fernando Haddad competitivo o suficiente para que o PT ao menos não desapareça nacionalmente.

Ele tem deixado claro a interlocutores em reuniões recentes que considera que terá sua condenação por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá confirmada em segunda instância antes do começo da campanha eleitoral e incentiva os movimentos de Haddad para se viabilizar candidato. O ex-prefeito tem viajado pelo País, dá entrevistas semanais e sempre diz que Lula é o candidato, mas nunca nega a possibilidade de ser lançado em seu lugar, além de poupar o padrinho da crise dos governos do PT. 

Além disso, mesmo que Lula possa concorrer às eleições, setores do PT avaliam que o jogo é mais favorável para a centro-direita, apesar do desgaste da agenda do governo de  Michel Temer. Assim, sob essa ótica, os 30% que Lula pontua em pesquisas seriam um teto, e um candidato como Haddad poderia tentar partir daí para buscar votos num espectro de centro. Assim, na legenda, fala-se mais em “construir 2022” do que “sonhar com 2018”.

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Além disso, no momento, aponta o jornal, Lula mira trazer o que sobrar do PSB para o seu lado, em meio à divisão do partido entre a ala governista e oposicionista. Ele tem duas opções: oferecer a vaga de vice ao partido e, em segundo lugar, apoiar a candidatura de Márcio França (PSB) ao governo de São Paulo em 2018. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.