O que OGX espera com a recuperação judicial?

Empresa comenta necessita da reestruturação de suas dívidas para que retome a exploração e o desenvolvimento dos seus ativos

Paula Barra

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SÃO PAULO – Após muitas idas e vindas, a OGX Petróleo (OGXP3), maior empresa do conglomerado de Eike Batista, entrou na tarde da véspera com pedido de recuperação judicial. A empresa agora parte para reestruturação com uma dívida avaliada em R$ 11,2 bilhões. Em comunicado enviado à CVM (Comissão Valores Mobiliários) na manhã desta quinta-feira (31), a petroleira fala sobre dívida, situação atual com os credores e o que espera da reestruturação.

A empresa comenta que necessita partir para reestruturação de suas dívidas para que retome a exploração e o desenvolvimento dos seus ativos. Tubarão Martelo seria uma das últimas fontes possíveis de produção de petróleo para a empresa, que se tornou um dos principais ativos de expectativas do mercado, após a empresa desistir da exploração de outros na Bacia de Campos (Tubarão Areia, Gato e Tigre) – que acabaram não sendo viáveis comercialmente. 

Segundo a companhia, o seu passivo hoje é formado, basicamente, por obrigações contraídas junto a detentores de títulos de dívida e fornecedores, “sem que haja qualquer endividamento bancário, tampouco crédito com garantias reais”. Quanto ao passivo trabalhista, a petroleira reforçou que “jamais atrasou o pagamento de salários, sendo certo que as ações trabalhistas existentes hoje são irrelevantes, se comparadas com o endividamento total da companhia”. A empresa declarou ainda que possui situação fiscal “regular”, inexistindo débitos com a Receita Federal e com os Estados e Municípios onde exerce atividades. 

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Além disso, a empresa informou que o acordo não efetivado com a Petronas, para venda de 40% dos blocos BM-C-39 e BM-C-40, na Bacia de Campos, deve gerar um processo arbitral para resolução da questão entre as partes. “O acordo previa valor de aproximadamente R$ 1,9 bilhão e que efetivamente ainda não ocorreu”. O negócio, anunciado em maio, não foi concluído devído à desistência da estatal malaia, alegando que aguardaria a reestruturação da petroleira de Eike Batista para consolidar a operação e realizar o primeiro pagamento previsto, de US$ 250 milhões. 

A história contada pela OGX
O texto traz ainda uma resumo do histórico operacional da empresa, semelhante ao apresentado no pedido de recuperação judicial. A OGX lembra que os problemas da empresa acentuaram com o comportamento dos poços de Tubarão Azul, que evidenciaram dificuldades de produção não só no campo, mas de outras acumulações próximas: Tubarão Tigre, Areia e Gato.

Os contratempos enfrentados no campo de Tubarão Azul, por si só, representaram um prejuízo de aproximadamente R$ 1,929 bilhão. Somam-se a esses prejuízos os investimentos perdidos nos poços de Tubarão Areia, no valor de R$ 718,486 milhões, bem como àqueles dispendidos nos campos de Tubarão Tigre e Gato, que, juntos, representaram perda adicional de R$ 996,566 milhões.