As 6 coisas que você precisa saber sobre a Eslovênia, a nova ameaça para o euro

Pequeno país ameaça ser o novo Chipre e abalar novamente a zona do euro, devido ao sistema bancário deficiente

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Há cerca de um mês, a estabilidade econômica da zona do euro era ameaçada graças a um minúsculo país, o Chipre. Agora por conta da Eslovênia, os participantes do mercado podem observar a versão dos Balcãs sobre a mesma história. 

Desta forma, o Market Watch listou seis coisas que deveríamos saber sobre o pequeno país, que ameaça ser o próximo Chipre da zona do euro, em meio ao seu sistema bancário bastante problemático.

1. Quantos são os problemas da Eslovênia? A OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) afirmou que o país enfrenta um severa crise bancária, que se agravou após ficarem evidentes que os custos de recapitalização dos bancos do país foram subestimados. O país precisa refinanciar cerca de € 1 bilhão em notas do Tesouro até junho, mas a OCDE acredita que estes valores estão desatualizados e podem ser ainda maiores.

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2. Qual é o tamanho da economia eslovena? A Eslovênia responde por apenas 0,4% do PIB (Produto Interno Bruto) da zona do euro, enquanto o Chipre representa cerca de metade disso. A economia do país sofre e, após contrair 2,3% no ano passado, a OCDE estima que o PIB encolha mais 2,1% em 2013.

3. Por que o país entrou em apuros? Bancos, é claro, aponta o Market Watch. A Eslovênia é o único estado ex-comunista que se recusou a vender seu sistema bancário estatal, o que deixa a população bastante exposta aos efeitos de uma crise. Três bancos estatais, que respondem por cerca de dois terços do setor bancário, contam com uma grande quantidade empréstimos inadimplentes.

4. O que a Eslovênia diz? A nova primeira-ministra, Alenka Bratusek, ressaltou que a Eslovênia não precisa de um resgate, além de enfatizar que o país não é um paraíso fiscal como o Chipre.

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5. O que Bruxelas diz? Segundo o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, que se reuniu com a primeira-ministra eslovena, não há indicação de que o país irá pedir um resgate. Por outro lado, teve cuidado de enfatizar que o resgate do Chipre não servirá de modelo para outros países. Alguns economistas temem que a ajuda ao país estimularia a saída de depósitos nos países da zona do euro, ampliando uma situação de crise.

6. O que os mercados dizem? Eles estão preocupados, aponta a publicação, mas a situação ainda não é de pânico. O custo do seguro da dívida da Eslovênia contra um possível default, através de swaps de crédito, eram de US$ 250 mil por ano. Isso um pouco antes do anúncio do resgate do Chipre, em março. Atualmente, está em US$ 328 mil. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.