LLX lidera alta do Ibovespa, Gol sobe 3% e Anhanguera cai 8%; veja destaques

Empresas que divulgaram resultados desde a noite de ontem chamaram atenção com fortes movimentações no dia

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Em dia de correção técnica do Ibovespa, com o índice encerrando uma sequência de 5 quedas e fechando com alta de 1,45%, aos 55.671 pontos. Os destaques da Bovespa ficaram com boa parte das companhias que divulgaram seus balanços de 2012, assim como com as empresas do Grupo EBX, que apresentaram significativas altas nesta terça-feira (26).

A OGX Petróleo (OGXP3) ganhou força durante a tarde após a confirmação da empresa no 11º leilão de hidrocarbonetos da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Biocombustível e Gás Natural), chegando a subir 4,37% a poucos minutos do fechamento. Contudo, os papéis da petrolífera de Eike Batista não sustentaram o movimento e terminaram o dia com leve alta de 0,44%, aos R$ 2,30.

Já a LLX, que também ganhou força nos últimos momentos do pregão, fechou com a maior alta do Ibovespa no dia, aos R$ 2,16, com valorização de 6,93%. Tanto a LLX quanto a OGX divulgarão seus resultados referentes ao 4º trimestre de 2012 na noite desta terça-feira.

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Fora do índice, a OSX Brasil (OSXB3) viu suas ações subirem para R$ 4,40, alta de 4,51%. O movimento corrige uma pequena parte das perdas de 28% acumuladas nos dois últimos pregões, queda esta que pode ser associada ao fracasso da empresa na emissão de bônus no mercado internacional com vencimento em 2014, segundo apurou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

Anhanguera: pior pregão em 19 meses após balanço
Além das empresas do grupo EBX, as empresas que divulgaram seus resultados desde a noite anterior também viram suas ações oscilarem. Ao todo, foram 8 empresas que apresentaram seus números: Gol (GOLL4), Light (LIGT3), Copel (CPLE6), Anhanguera (AEDU3), Direcional (DIRR3), Aliansce (ALSC3), Technos (TECN3) e JSL (JSLG3).

Ganha destaque a forte desvalorização de 8,03% dos papéis da Anhanguera, fechando cotados a R$ 33,12 – representando seu pior pregão desde novembro de 2011, quando caiu 10,85%. Na mínima do dia, as ações atingiram queda de 10,27%, a R$ 32,31.

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A Anhanguera viu as principais linhas de seu balanço – receita líquida, Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) e lucro líquido – mostrarem melhora na passagem do último trimestre de 2011 para 2012, mas a XP diz que o cancelamento de matrículas de alunos com restrição de crédito pesou no faturamento. Isso fez com que, apesar de crescer no período, esse crescimento tenha sido menor que o esperado. Todas as principais linhas do balanço vieram abaixo do estimado pelos analistas.

Em relatório, eles explicam que a empresa foi prejudicada por um evento não recorrente, já que esse cancelamento de matrículas foi ocasionado por um imbróglio judicial, que impossibilitou o ingresso de muitos alunos via FIES, um programa de financiamento estudantil. Excluído esse efeito, a melhora no Ebitda, que foi de 3,4%, poderia ter sido de 30,8%, dizem.

Direcional: pior pregão desde agosto
Mesmo com resultados fortes, os papéis da Direcional registraram desvalorização de 4,22% neste pregão, a R$ 14,75 – pior pregão desde agosto do ano passado. Na mínima, as ações atingiram queda de 7,86%, a R$ 14,19.

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A empresa mostrou um lucro líquido ajustado pelo plano de opções de ações de R$ 65,93 milhões, valor 37,6% maior que o visto no último trimestre de 2011. Essa melhora foi acompanhada de uma alta de 16,3% na receita líquida, que atingiu R$ 344,1 milhões, e de 16,9% no Ebitda ajustado, que chegou a R$ 74,7 milhões.

Segundo a equipe de análise da XP Investimentos, o resultado veio bom, e mostrou que a empresa continua aumentando suas atividades no programa Minha Casa, Minha Vida – que foi responsável por 87,5% de todas as vendas contratadas da companhia no quarto trimestre, em comparação com 71,7% no terceiro trimestre.

Copel sobe mais de 5,6% mesmo com balanço fraco
Do lado positivo, destaque para as ações da Copel, que subiram 5,65%, cotadas a R$ 29,55. Na máxima do dia, os papéis atingiram valorização de 7,29%, a R$ 30,01. A empresa revelou uma queda de 38,3% em seu lucro líquido para o acumulado de 2012. Segundo a empresa, os números foram pressionados pela revisão tarifária, com um impacto de R$ 236,6 milhões, e por encargos quanto ao progrma de demissão voluntária, que afetaram a empresa em R$ 111,4 milhões.

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Apesar do avanço das ações, os números da companhia vieram abaixo do esperado pelos analistas. Em relatório, a equipe da Planner Corretora atribuiu a queda no lucro aos efeitos do 3º ciclo de revisão tarifária e pela adesão de 790 empregados ao PSDV (Programa de Sucessão e Desligamento Voluntário).

Light sobe após lucro crescer 21% no 4° tri
Ainda na ponta positiva, os papéis da Light avançaram 3,32%, a R$ 19,30, e atingiram na máxima do dia valorização de 4,28%, sendo cotadas a R$ 19,48. O lucro líquido da empresa cresceu 21,3% entre os meses de outubro e dezembro, para R$ 160 milhões, enquanto a receita líquida expandiu 19,2% no período, para R$ 2,162 bilhões.

Segundo a equipe de análise da XP Investimentos, os números se mostraram bem superiores ao esperado, embora caiba a ressalva de que o resultado foi positivamente impactado pelo efeito do valor novo de reposição, definido pelo governo.

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Diante dos bons números, o analista Vladimir Pinto, do Bradesco, vê continuidade de balanço forte no primeiro trimestre de 2013, na expectativa do aumento sazonal do volume de vendas no período e efeito positivo no caixa em função das medidas do governo sobre o mercado spot.

Gol reverte perdas e sobe 3,7%
A Gol, por sua vez, viu seus papéis caírem 3,40% no início da sessão, a R$ 11,37, mas poucas horas depois recuperaram as perdas e passaram para ganhos, fechando a sessão com avanço de 3,74%, a R$ 12,21.

A companhia aérea viu uma piora em todos os seus principais números no quarto trimestre. Com uma receita líquida de R$ 2,12 bilhões no período, o número é 5,1% menor que o visto um ano antes. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) passou de R$ 90,4 milhões para perdas de R$ 210,1 milhões, enquanto o lucro de R$ 54,3 milhões se transformou em perdas de R$ 447,1 milhões.

De acordo com a equipe de análise da XP Investimentos, o resultado foi negativo. Se, por um lado, a empresa reduziu a oferta significativamente durante o trimestre, aumentando sua taxa de ocupação, isso não resultou em uma mudança muito forte no RASK (receita por assento-quilômetro oferecido).

Aliansce lucra quase 74% mais, mas papéis ficam estáveis
Já as ações da Aliansce não tiveram grande variação após o resultado, e fecharam estáveis aos R$ 23,00. A companhia anunciou o resultado do quarto trimestre, reportando um lucro líquido de R$ 44,7 milhões no período, 73,8% maior na comparação ao mesmo período do ano anterior.

Em 2012, o lucro atingiu R$ 129,5 milhões, 40,6% maior frente ao ano anterior. Já a receita líquida alcançou R$ 357,2 milhões em 2012, sendo R$ 105,6 milhões nos últimos três meses do ano passado, uma alta de 40,2%.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) ajustado somou R$253,3 milhões em 2012, um aumento de 33,0% em relação a 2011, atingindo uma margem Ebitda (Ebitda/receita líquida) de 70,9% no ano.

JSL aumenta o lucro em 22,5%, mas ações caem
A operadora de logística JSL também foi marcada por uma melhora. Ela fechou o quarto trimestre de 2012 com lucro líquido consolidado de R$ 18,4 milhões, aumento de 22,5% em relação ao mesmo período de 2011. Em base igual de comparação, a receita líquida cresceu 55,1%, para R$ 1,097 bilhão. Entretanto, as ações da companhia fecharam em queda de 1,15%, a R$ 16,31.

O Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), por sua vez, registrou crescimento de 9,2% no trimestre, para R$ 140,6 milhões, e a margem Ebitda (Receita Líquida/Ebitda) caiu de 18,2% para 12,8%.

Technos lucra menos em 2012 e ações têm queda
Por fim, o lucro líquido da fabricante de relógios Technos caiu 18,5% no quarto trimestre de 2012 frente ao mesmo período de 2011, indo para R$ 21,6 milhões, enquanto a receita líquida aumentou 23,4% entre os meses de outubro e dezembro, para R$ 110,3 milhões. As ações da companhia ficaram próximas da estabilidade e caíram 0,78%, a R$ 25,40.

As despesas com vendas saltaram 42,9%, para R$ 22,4 milhões, devido a gastos com publicidade e crescimento da área de franquias, de acordo com a empresa. A base de comparação, contudo, foi prejudicada, pois, nos últimos três meses de 2011 houve uma reversão de provisões fiscais de R$ 24,1 milhões, o que resultou em uma receita contábil extraordinária que não se repetiu no ano passado.

HRT ganha força após iniciar perfuração na Namíbia
Fora das companhias que divulgaram balanços, destaque para as ações da HRT (HRTP3), que subiram 2,01%, a R$ 3,55, mas atingiram no patamar máximo do dia de ganhos de 4,02%, a R$ 3,62.

O desempenho reflete o início de perfuração do primeiro poço de exploração na Namíbia. Em comunicado divulgado nesta manhã, a empresa informou que iniciou na véspera sua primeira perfuração na Namíbia com o poço Wingat, localizado na Licença Exploratória de Petróleo (PEL) 23, na Bacia de Walvis. A perfuração, feita pela sonda Transocean Marianas, deverá durar 60 dias. Além disso, a campanha no país ainda contará com a perfuração de mais dois poços: Murombe, também na PEL 23, e Moosehead, na PEL 24, na Bacia do Orange.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.