Crescimento da América Latina decepcionou nos últimos meses, diz Itaú

Índice Itaú de Surpresa LatAm atinge o menor patamar em outubro nos últimos cinco meses

Paula Barra

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SÃO PAULO – O crescimento econômico na América Latina tem sido pior do que o esperado nos últimos dias. O índice Itaú de Surpresa da região atingiu em outubro seu menor patamar nos últimos cinco meses – abaixo de 0,3 negativo. 

A economia brasileira tem sido grande fonte de decepção, assim como a colombiana, enquanto o México tem se desacelerado de forma mais acentuada do que apontavam as expectativas do mercado, após boas surpresas no começo do ano, apontou o economista Luka Barbosa, da instituição.

O único que superou as projeções pelo décimo primeiro mês consecutivo foi o Chile. “O país continua superando as expectativas, à medida que fortes ganhos de renda real sustentam o consumo e o investimento resiste a oscilação de curto prazo nos preços do cobre”, comenta. 

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O índice Itaú de Surpresas LatAm compara as tendências dos indicadores de atividade econômica com a expectativa de mercado formada antes da divulgação destes indicadores. O índice agregado é formado por índices separados do Brasil, México, Chile, Colômbia e Peru – sendo que um resultado acima de zero significa surpresas positivas e abaixo um resultado pior do que o esperado. 

Brasil: em processo lento de recuperação
A economia brasileira está em recuperação, mas o crescimento tem sido mais lento que o esperado, disse o economista. “O PIB (Produto Interno Bruto) do terceiro trimestre avançou 0,6% em comparação com o período anterior. O resultado mais forte do ano, mas metade do que o mercado projetava (+1,2%)”, argumenta.

Segundo ele, também preocupa a composição do PIB do terceiro trimestre, que teve o crescimento bastante dependente do setor automotivo, que recebeu estímulo direto do governo, enquanto o investimento – fundamental para a expansão sustentada da economia – recuou pelo quinto trimestre seguido.

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México e Colômbia: surpresas negativas
Por sua vez, as maiores decepções com a atividade econômica, segundo o analista, têm vindo da Colômbia. “A atividade manufatureira declinou 1,3% em setembro, na comparação anual, enquanto o consenso apontava alta de 0,6”, disse. 

O índice Itaú de Surpresa da Colômbia atingiu queda de 0,46 em setembro, a menor pontuação entre os países analisados. 

Já a economia mexicana perdeu força no fim do terceiro trimestre após 13 meses consecutivos em território positivo – o índice recuou para 0,40 negativo. 

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Diante desse quadro, o México registra o segundo pior desempenho em setembro e outubro, de acordo com o Itaú, depois de ter o melhor desempenho entre os países latino-americanos no começo do ano.