Resumo Diário

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Paula Barra

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Seguindo os rumos da eleição norte-americana, o Ibovespa consolidou ganhos de 2,15%, atingindo 59.458 pontos no pregão desta terça-feira, na esteira dos mercados financeiros internacionais, que mostraram força diante de que uma vitória do atual presidente dos Estados Unidos na corrida à Casa Branca seria a mais provável. O giro financeiro foi de R$ 6,231 bilhões.

A forte guinada para cima da bolsa impulsionou os papéis com o “beta” mais elevado, e que por isso possuem maior correlação com o índice. Entre as cinco maiores altas do Ibovespa estão os papéis da B2W, Rossi, Usiminas e OGX.

Diante da possibilidade da continuidade de Obama na Casa Branca, o mercado está tomando risco, já que a vitória dele representaria a permanência da política monetária norte-americana, com ênfase na expansão do crédito e na injeção de mais dinheiro na economia, com o programa de Quantitative Easing III, do Federal Reserve, avalia o analista da Leme Investimentos, João Pedro Brugger.

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Eleição nos EUA
A eleição nos EUA está acirrada: pesquisas mostram um empate do voto popular entre o presidente Barack Obama e o republicano Mitt Romney na votação desta terça. Contudo, a liderança do candidato democrata em estados considerados chave lhe dá 92% de chances de vitória, de acordo com o Wall Street Journal. Obama seria melhor para o Brasil, avaliam economistas.

Com a eleição presidencial no foco dos mercados, operadores e investidores esperam por um vencedor claro na manhã seguinte, uma vez que poucos querem uma repetição da disputa prolongada que se seguiu à eleição de 2000 entre Al Gore e George W. Bush.

Greve em Atenas
Na Grécia, onde as ameaças sobre uma possível saída do país da zona do euro voltaram à cena recentemente, os trabalhadores embarcam numa greve geral de dois dias. O objetivo é protestar contra as novas medidas de austeridade necessárias para a liberação da ajuda internacional, as quais serão voltadas pelo Parlamento na noite de quarta-feira.

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Agenda europeia
Ainda na Europa, os investidores também repercutem novos sinais de desaceleração econômica. O PMI (Índice de Gerente de Compras) composto da região passou de 46,1 para 45,7 entre outubro e setembro. O dado fechado de outubro ficou ligeiramente abaixo da preliminar de 45,8.

Trata-se do nono mês consecutivo abaixo do nível de 50 que divide expansão de contração. Já o PMI para o setor de serviços recuou de 46,1 para 46,0 no mesmo período, contra uma prévia que indicava 46,2.

Safra de resultados
No ambiente doméstico, a temporada de balanços corporativos ganha força, com números de empresas como Anhanguera e Telefônica Brasil já divulgados, assim como BM&FBovespa, BTG Pactual e Eletropauloanunciarão após o pregão, entre outras.

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Do lado econômico, o ICST (Índice de Confiança da Construção), publicado pela FGV (Fundação Getulio Vargas), mostrou recuo de 5,1% no trimestre encerrado em outubro na comparação com um ano antes.

Ainda nessa terça, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o governo não cumprirá a meta cheia do superávit primário – esforço fiscal feito para pagamento dos juros da dívida. De acordo com Mantega, o esforço de 2012 será inferior ao percentual de 3,1% do PIB (Produto Interno Bruto) previsto inicialmente.

Bolsas Internacionais
O Ibovespa caminhou na esteira dos mercados internacionais. Entre as bolsas norte-americanas, o índice Nasdaq Composite, que concentra as ações de tecnologia norte-americanas, fechou em alta de 0,41% e atingiu 3.012 pontos. Seguindo esta tendência, o índice S&P 500 valorizou-se 0,79% a 1.428 pontos, da mesma forma, o índice Dow Jones, que mede o desempenho das 30 principais blue chips norte-americanas, subiu 1,02% a 13.245 pontos.

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No mesmo sentido, o mercado europeu fechou em alta. O índice FTSE 100 da bolsa de Londres avançou 0,79% e atingiu 5.884 pontos, enquanto o índice CAC 40 da bolsa de Paris valorizou-se 0,87% chegando a 3.478 pontos e o DAX 30, da bolsa de Frankfurt, subiu 0,7% a 7.377 pontos.

Dólar
O dólar comercial fechou em queda de 0,16% terminando a R$ 2,032 na venda.

Renda fixa
As taxas dos principais contratos de juros futuros fecharam em leve alta. O contrato de juros de maior liquidez nesta terça-feira com vencimento em janeiro de 2013, registrou uma taxa de 7,12%, 0,01 ponto percentual acima do fechamento de segunda-feira.

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No mercado de títulos da dívida externa, o título brasileiro mais líquido, o Global 40, fechou com baixa de 0,21% a 127,65% do valor de face. Já o indicador de risco-País fechou em queda de 5,48%, aos 138 pontos ante 146 pontos do fechamento anterior, com baixa de oito pontos-base.

Agenda da próxima sessão
Com exceção da eleição presidencial nos Estados Unidos, que deve continuar mexendo com o humor do mercado na próxima sessão, a agenda norte-americana segue com um pouco força e o olhar deve se voltar para os indicadores nacionais, com destaque para a divulgação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), dados dos indicadores industriais e vendas e produção de veículos.

A temporada de balanços corporativos também ganhará força, quando estão programados para ser divulgados os números do terceiro trimestre da: Cosan, Multiplan, Multiplus, Eternit, Valid , Ultrapare as empresas do grupo de Eike Batista – LLX e MMX. Confira demais resultados na agenda do portal InfoMoney.

Já na Europa, as principais referências ficam com o discurso da chanceler alemã, Angela Merkel, e o indicador de produção industrial na Alemanha, referente ao mês de setembro.