Os 5 assuntos que vão agitar os mercados nesta sexta-feira

Ibovespa repercutirá as sinalizações de uma reforma da Previdência no governo Bolsonaro mais branda, aceno às privatizações e dados dos EUA

Weruska Goeking

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SÃO PAULO – O mau humor global que vinha tomando conta das bolsas estrangeiras dá trégua nesta sexta-feira (4), com sinalizações de aproximação entre China e Estados Unidos, e pode dar ainda mais força ao mercado doméstico. 

Na véspera, o Ibovespa renovou sua máxima histórica de fechamento aos 91.546 pontos em meio ao caos generalizado no exterior com o corte na receita da Apple. Além do ambiente mais tranquilo no exterior, o mercado doméstico repercutirá as sinalizações de uma reforma da Previdência no governo Bolsonaro mais branda do que a sugerida por Michel Temer, aceno às privatizações e dados dos Estados Unidos.

Veja no que ficar de olho nesta sexta-feira (4):

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1. Bolsas mundiais

As bolsas asiáticas encerraram em forte alta, com exceção do Japão, com os investidores mais otimistas com o desenrolar das conversas entre China e Estados Unidos para dar fim à guerra comercial travada entre os países. Ministros dos dois governos devem se encontrar na próxima semana. 

Além disso, o primeiro-ministro da China, Li Keqiang, se comprometeu a aumentar os esforços para conter a desaceleração no país. A declaração é dada em meio a expectativas de mais medidas de relaxamento, diante das pressões de baixa enfrentadas pela segunda maior economia do mundo. Na breve nota oficial, o governo mostra disposição a agir para enfrentar esse quadro.

A aproximação entre China e Estados Unidos leva a um otimismo global e as bolsas europeias e índices futuros em Wall Street operam em alta. Os investidores aguardam ainda um discurso do presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano), Jerome Powell, e a divulgação de dados do mercado de trabalho. 

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Confira o desempenho do mercado, segundo cotação das 7h55 (horário de Brasília):

*S&P 500 Futuro (EUA) +1,23%

*Dow Jones Futuro (EUA) +1,13%

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*Nasdaq Futuro (EUA) +1,56%

*DAX (Alemanha) +1,74%

*FTSE (Reino Unido) -0,27%

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*CAC-40 (França) +1,37%

*FTSE MIB (Itália) +1,83%

*Hang Seng (Hong Kong) +2,24% (fechado)

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*Xangai (China) +2,05% (fechado)

*Nikkei (Japão) -2,83% (fechado)

*Petróleo WTI +1,91%, a US$ 47,99 o barril

*Petróleo brent +1,91%, a US$ 57,02 o barril

*Bitcoin US$ 3.772 -1,52%
R$ 14.779 -1,81% (nas últimas 24 horas)

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian +3,23%, a 511,00 iuanes (nas últimas 24 horas) 

2. Reforma da Previdência

O presidente Jair Bolsonaro afirmou, em entrevista ao SBT, que pretende aproveitar parte do texto da reforma da Previdência do antigo governo, que já está pronta para votação na Câmara. Segundo ele, no entanto, a atual gestão vai “rever alguma coisa”.

Ele ressaltou que quer construir um texto viável e destacou que pretende aprovar uma idade mínima (para aposentadorias) de 62 anos para homens e 57 anos para mulheres, com um período de transição. Bolsonaro afirmou que caberia ao futuro presidente reavaliar a situação e analisar um possível novo aumento da idade mínima.

A reforma já aprovada em comissão especial e que está no Congresso estipulou como idade mínima 65 anos (homens) e 63 anos (mulheres), mas depois de uma transição de 20 anos.

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3. Agenda econômica

A agenda doméstica de indicadores é morna nesta sexta-feira e agitada nos Estados Unidos. Por lá, o presidente do Fed, Jerome Powell, discursa às 13h15 (de Brasília). Antes, às 11h30, serão conhecidos os números do mercado de trabalho em dezembro. O relatório de emprego (conhecido como Payroll) deve apontar a criação de 184 mil novas vagas ante 155 mil no mês anterior, conforme estimativa mediana da Bloomberg. A taxa de desemprego deve permanecer em 3,7%.

Para conferir a agenda completa de indicadores, clique aqui.

4. Noticiário político 

O presidente Jair Bolsonaro também sinalizou durante a entrevista ao SBT que pode vir a discutir o fim da Justiça do Trabalho. Ele disse também que quer aprofundar a reforma da legislação trabalhista. Na primeira entrevista após a posse, Bolsonaro usou exemplos do exterior e disse que os processos trabalhistas têm de tramitar na Justiça comum. Para o presidente, há um “excesso de proteção” aos trabalhadores.

O presidente repetiu também que a ideia dele é aprofundar a reforma trabalhista, “sem tirar direito de ninguém”. “Empregado ganha pouco, mas a mão de obra é cara. É pouco pra quem recebe e muito pra quem paga, tem que mudar isso aí”, comentou.

Em relação às estatais, o novo governo também já tem planos. O secretário-geral de Desestatização e Desmobilização do Ministério da Economia, Salim Mattar, afirmou que está desenvolvendo um programa com o objetivo de privatizar “tudo”, informa o jornal Valor Econômico. Para ele, até mesmo as empresas que geram lucro poderiam ser mais eficientes.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, já anunciou que pretende levar adiante um programa de privatizações e usar os recursos para reduzir o endividamento público. 

A equipe de Guedes trabalha ainda na elaboração de uma reforma do Imposto de Renda que reduz o número de alíquotas pagas por pessoas físicas, informa o jornal O Globo. Uma possibilidade seria fixar uma alíquota principal de 15% ou 20% para a maioria dos contribuintes, mas criar um percentual mais elevado, possivelmente de 25%, para os mais ricos. 

Ainda no âmbito econômico, Bolsonaro avalia elevar a alíquota do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para crédito pessoal para compensar a prorrogação de benefícios fiscais às regiões Norte e Nordeste, que pode aumentar os custos do governo em R$ 3,5 bilhões por ano. A informação é do jornal Folha de S. Paulo. 

5. Noticiário corporativo

Um vazamento em uma plataforma de petróleo da Petrobras derramou 1.400 litros de óleo cru no litoral do Rio de Janeiro. O vazamento teve início na manhã de quarta-feira, 2. Uma mancha de 31 quilômetros se espalhou pelo mar. O acidente ocorreu em uma plataforma que estava desativada, localizada no campo de Espadarte.

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, sinalizou que analisa uma redução no preço dos combustíveis para a população, mas que isso não significará mudança na atual política adotada pela Petrobras, de paridade internacional.

Roberto Castello Branco, o novo presidente da Petrobras, disse ontem que a sua gestão terá cinco prioridades: gestão do portfólio, minimização dos custos de capital, busca por redução de custos, meritocracia e segurança do trabalho e meio ambiente.

A Marfrig anunciou que Gustavo Kahl será o novo CEO da Quickfood, empresa líder de hambúrguer na Argentina que até quarta-feira (2) era controlada pela BRF. Segundo a companhia, Kahl irá administrar as unidades da Quickfood, que se integrarão ao portfólio da operação da Marfrig na América do Sul sob a liderança de Miguel Gularte.

A Sanepar anunciou ontem à noite a saída do diretor financeiro Paulo Battiston. Com isso, Paulo Alberto Dedavid, diretor de operações, irá acumular o cargo de diretor financeiro até que um novo titular seja indicado.

A partir de hoje as ações da Fibria começam a ser negociadas na B3 sob o código da Suzano (SUZB3). O processo de substituição das ações da Fibria por papéis da Suzano começa nesta sexta-feira e será encerrado no fim de terça-feira, quando a Suzano fará o crédito da parcela em ações sua emissão aos acionistas da Fibria.

A Gol inicia hoje a oferta pública de aquisição de Senior Notes 2022, remuneradas a 8,875% ao ano, em montante agregado de US$ 91,5 milhões. O prazo de oferta vai até as 17h (horário de Nova York) do dia 16 de janeiro, “exceto se prorrogada ou encerrada antecipadamente”.

Segundo o jornal Valor Econômico, a administração da Equatorial Energia está avaliando a possibilidade de realizar um aumento de capital para contribuir com os investimentos necessários na Ceal, recém-adquirida, e em outros ativos da companhia. De acordo com o diretor financeiro e de relações com investidores da empresa, se houver necessidade de aumentar o capital, “será mais por uma questão econômica do que financeira”.

(Agência Estado)

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