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SÃO PAULO – Com uma redução de apetite para risco no mercado, o rendimento nos títulos públicos de países considerados mais problemáticos têm aumento mais expresivo. A declaração do FMI (Fundo Monetário Internacional), de que cortará a previsão de crescimento global para este ano, colaborou para calibrar a cautela do mercado.
A Espanha realizou leilão de títulos de curto prazo, e teve que pagar yield acima do que o da venda anterior, passando de 0,946% em agosto para 1,203% na manhã desta terça-feira (25).
Os papéis de dívida da Espanha e da Itália recuam com a preocupação de que o cenário de déficit dos países está se deteriorando. A vice primeira-ministra espanhola Soraya Saenz de Santamaria disse que o país precisa saber quanto o BCE (Banco Central Europeu) gastará com os títulos antes de decidir se pedirá ou não um resgate à autoridade monetária.
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País | Rendimento | Variação | Spread vs. Bund* |
---|---|---|---|
Grécia | 19,43% | -0,01% | +17,87 |
Portugal | 8,78% | +1,35% | +7,22 |
Itália | 5,11% | +1,21% | +3,55 |
Espanha | 5,76% | +1,07% | +4,69 |
França | 2,27% | +0,44% | +1,83 |
Alemanha | 1,56% | +0,90% | – |
* Diferença calculada em pontos percentuais. Fonte: Bloomberg
Entenda: quanto maior, pior
Os títulos públicos são uma das maneiras que os governos possuem para se financiar, enquanto a variação diária dos rendimentos decorre das negociações no mercado secundário. O juro pago pelo governo e o valor do papel são definidos no momento da emissão dos títulos, mas este último sofre variação no mercado secundário.
Assim, quanto mais arriscado um investimento, maior será o prêmio demandado pelos investidores no mercado secundário. Portanto, o valor do título recua e, consequentemente, o rendimento no mercado secundário aumenta. Tal variação positiva é uma indicação de que caso o governo opte por emitir novos papéis o custo para se financiar deverá ser maior.