Para analista, Eletrobras é mais uma ferramenta para o Governo interferir no setor

Segundo Thomas Chang, é possível ocorrer a intervenção na Celpa, do grupo rede Energia, o que seria negativo para a estatal

Nara Faria

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SÃO PAULO – O alto endividamento de companhias pertencentes ao grupo Rede Energia tem ganhado destaque no noticiário, que acompanha a novela em relação à intervenção ou não da Eletrobras (ELET3ELET6) nos ativos de uma de uma de suas subsidiadas, a Celpa (CELP5).

Com isso, agentes do mercado têm mostrado preocupação de quais seriam os impactos para a estatal, caso se concretize a intervenção no grupo. Para Thomas Chang, da equipe de análise UM Investimentos, a expectativa é de que a empresa assuma a dívida da Celpa, o que trará impactos negativos para a estatal. 

“A Eletrobras acaba sendo mais uma ferramenta para o governo interferir no setor elétrico do que uma companhia que busca agregar valor ao acionista”, afirma Chang.

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No dia 28 de fevereiro, o presidente do Conselho de Administração do grupo Rede, Jorge Queiroz, afirmou que aceita qualquer proposta para salvar a Celpa, que tem uma dívida de cerca de R$ 2 bilhões e já pediu recuperação judicial. Ele disse que apresentou ao governo uma proposta para que a Eletrobras assuma o comando da distribuidora, mas não foi aceita.

“Eu aceito qualquer solução, um novo sócio, aumentar a participação da Eletrobras ou federalizar. Mas a Eletrobras não quer assumir a Celpa, isso é dito com todas as letras”, declarou Queiroz.

Diante da negativa, o presidente do conselho afirma que vai apresentar à Eletrobras, que atualmente tem participação de 34% na Celpa, uma proposta mais modesta para aumentar seu capital na empresa. Segundo Queiroz, se o plano de recuperação da empresa não for aprovado pelos credores e houver a liquidação da empresa, será uma “catástrofe”.