Petrobras, Eletrobras e BB recuam após Datafolha; MRV sobe e Vale cai mais de 2%

Mercado reage à pesquisa eleitoral que mostrou recuperação da atual presidente; educacionais afundam

Leonardo Silva

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SÃO PAULO – Em meio à uma sexta-feira (19) agitada pelo noticiário corporativo e político, o destaque desta sessão fica com a queda nas ações das estatais. Os papéis das companhias reagem ao Datafolha, divulgado nesta manhã. Além delas, destaque negativo para as ações das educacionais, que seguem entre as maiores baixas do Ibovespa. 

Outra blue chip penalizada nesta sessão é a Vale (VALE3,VALE5). As ações da exportadora caem mais de 2%, após o minério de ferro voltar a cair e renovar mínima em 5 anos. Já as ações da Vivo, abriram a sessão em alta, reagindo à compra da GVT pela Telefónica, sua controladora, mas viraram para queda. 

Do lado positivo do Ibovespa, destaque para as ações de Localiza (RENT3, R$ 37,16, +2,94%) e Hering (HGTX3, R$ 26,60, +2,70%). Além delas, chama a atenção dos investidores a MRV (MRVE3) que continua sendo beneficiada pela ampliação do Minha Casa Minha Vida.

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Confra os destaques da Bolsa:

Estatais
As ações das estatais afundam nesta sessão após pesquisa Datafolha. O levantamento mostrou que Dilma teve uma leve variação para cima nas intenções de voto no primeiro turno, de 36% para 37% das intenções de voto, enquanto Marina Silva caiu 3 pontos, de 33% para 30%. Assim, a diferença passou de 3 para 7 pontos entre as candidatas. Aécio Neves subiu de 15% para 17%.

Já no segundo turno, a dianteira de Marina também caiu, passando de uma diferença de 4 pontos para uma diferença de apenas 2 pontos (46% da candidata do PSB frente 44% da petista). Na simulação com Aécio, Dilma aparece dez pontos na frente, com 49% a 39%, ante diferença de 11 pontos há uma semana.

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Vale destacar as ações das estatais – Petrobras (PETR3, R$ 19,76, -2,23%PETR4, R$ 20,82-2,21%) Eletrobras (ELET3, R$ 7,45, -3,75%ELET6, R$ 11,00, -2,65%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 31,66, -3,12%).

As pesquisas eleitorais têm guiado o rumo da Bolsa desde meados de março: de lá pra cá, o Ibovespa saltou de 45 mil para até 62 mil pontos, ao mesmo tempo em que o cenário de provável reeleição de Dilma Rousseff (PT) deu lugar a uma acirrada disputa com a oposição. A reação “compradora” do mercado às quedas de Dilma nas pesquisas explica-se pela gestão intervencionista do atual governo em importantes setores da economia – caso das elétricas, bancos e das estatais.

Por conta disso, esses três grupos têm sido os mais “sensíveis” na Bovespa às novidades sobre eleições. A Petrobras, por exemplo, viu suas ações preferenciais subirem da faixa de R$ 12 para quase R$ 25 entre março e agosto. Já no começo de setembro, enquanto Dilma mostrava recuperação nas pesquisas eleitorais e Marina Silva (PSB) começou a parar de crescer, os papéis da petrolífera chegaram a cair 13% em apenas 6 pregões.

Educacionais
Os papéis da Kroton (KROT3, R$ 14,39, -2,18%) voltam a figurar entre as maiores quedas do Ibovespa. Ontem, a empresa anunciou a controtação do Itaú e BTG para vender R$ 1 bilhão em ativos, segundo fontes ouvidas pela Bloomberg. Vale mencionar que a empresa precisa vender os ativos da Uniasselvi, além de outros, para se adequar às exigências do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

Além da Kroton, ações da Estácio (ESTC3, R$ 24,75, -0,36%) também seguem entre as maiores altas do Ibovespa.

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Vale (VALE3, R$ 28,49, -2,06%; VALE5, R$ 24,98, -2,42%)
As ações da Vale caem neste pregão reagindo ao minério de ferro. A commodity para entrega imediata na China registrou nova mínima de cinco anos nesta sexta-feira, em meio a um excedente de oferta e uma fraca demanda por aço no país.

O minério com 62% de teor de ferro caiu 1,6%, para US$ 81,70 por tonelada, menor cotação desde 21 de setembro de 2009, segundo dados do Steel Index.

O índice, que serve de referência para a indústria, recuou nos últimos quatro dias, após um repique de 4 por cento na segunda-feira. A alta foi impulsionada por ganhos, no último final de semana, nos preços à vista do aço, que desde então têm recuado.

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Vivo (VIVT4, R$ 51,87, -0,55%)
O grupo francês de mídia Vivendi concluiu um acordo para vender seu negócio brasileiro de banda larga GVT para a espanhola Telefónica, dona da Vivo, por dinheiro e ações no valor de cerca de 7,2 bilhões de euros (9,29 bilhões de dólares), anunciaram as empresas nesta sexta-feira.

A transação está sujeita à aprovação regulatória no Brasil. A Telefónica planeja incorporar a GVT à Vivo, sua marca de telefonia móvel no Brasil, para criar o maior grupo de telecomunicações do país, Telefônica Brasil.

JBS (JBSS3, R$ 9,38, -1,26%)
O IPO da JBS Foods, divisão de aves, suínos e industrializados da JBS no Brasil, foi postergada mais uma vez e deverá ficar para a próxima janela de oportunidade, em dezembro ou janeiro de 2015, segundo fonte.

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BM&F Bovespa (BVMF3, R$ 12,76, -1,85%)
A BM&FBovespa promoveu nesta semana uma série de mudanças nas tarifas para os emissores de ações, com a criação de novas cobranças tanto para as empresas com planos de lançar ações como para as companhias que pretendem fechar o capital. A companhia passará a cobrar R$ 50 mil das companhias que fizerem ofertas públicas de ações, fundos de índice (ETF) e recibos de ações (BDRs) patrocinados. A tarifa é válida tanto para as aberturas de capital como para emissões de empresas que já são listadas.

Telecomunicações
A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) rejeitou ontem os principais pedidos de impugnação de trechos do leilão de serviços 4G na faixa de 700 megahertz (MHz), cujo leilão ocorrerá no próximo dia 30. A Oi (OIBR4, R$ 1,67, 0,00%), Vivo e TIM (TIMP3, R$ 13,44, -2,82%) e Claro estavam entre as empresas que apresentaram questionamentos ao órgão regulador. 

MRV (MRVE3, R$ 8,40, +0,48%)
O setor imobiliário quer aumento de cerca de 15% nos valores das faixas de renda na terceira edição do programa habitacional Minha Casa Minha Vida (MCMV), além da criação de uma categoria intermediária.  

Segundo um dos diretores-presidentes da construtora e incorporadora MRV, Rafael Menin, representantes do setor deverão reunir-se com o governo dentro de um mês para discutir novo conjunto de requisições envolvendo o Minha Casa Minha Vida 3.

“De tempos em tempos tem que fazer uma correção. O governo está sensível a isso”, disse Menin à Reuters nesta quinta-feira. Ele esteve na reunião do setor com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que culminou com anúncio de expansão no número de unidades da fase 2 do MCMV.