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SÃO PAULO – Algumas ações não param de subir desde que o cenário eleitoral mudou no Brasil. Desde o dia 14 – um dia após o falecimento de Eduardo Campos, então candidato do PSB à presidência -, 19 ações do Ibovespa traçaram uma clara linha ascendente e dispararam. A menor alta desses papéis é de 7,7% nos últimos 12 pregões e a maior chega a 27%.
Entre esses papéis, destaque para as ações das estatais – Banco do Brasil (BBAS3, +26,83%), Petrobras (PETR3, +26,58%; ) e Eletrobras -, que já vinham de forte alta desde março em meio às pesquisas eleitorais, mas acentuaram os ganhos nesses últimos dias. Bancos, que também acompanhavam esse “rali eleitoral”, intensificaram o movimento.
Já outros papéis, que não ganhavam o holofote do mercado como destaque positivo há um tempo, entraram no radar. Esse foi o caso das construtoras e setor sucroalcooleiro, que no Ibovespa é representado apenas pela Cosan (CSAN3, +27,35%). Vale mencionar, no entanto, que fora do índice os papéis da São Martinho (SMTO3, +16,6%) e Tereos (TERI3, +14,32%) também apresentam fortes ganhos no período. (Para saber mais, clique aqui).
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Por que essas ações subiram tanto?
O mercado tem visto que a entrada de Marina Silva na disputa eleitoral aumentou a chance de uma mudança de governo. Esse “choque de expectativa”, que viria com uma reversão do atual cenário, é o que tem puxado o mercado para cima nos últimos dias
Embora nos primeiros dias após a morte de Eduardo Campos, 13 de agosto, o cenário político ainda estivesse incerto, especulações de que Marina entrasse na corrida eleitoral foi o grande propulsor da Bolsa. Assim como Campos, o mercado vê que Marina vai adotar uma política mais pró-mercado – o que foi confirmado com a divulgação de seu plano de governo na última sexta-feira (29).
Com a Marina na “briga”, o cenário fica complicado para Aécio Neves, pois ela tem mais força que Campos, e, sem a Marina, fica ainda pior para o tucano. “Essa história, para o candidato do PSDB, é ruim de qualquer jeito, pois a ausência de Marina poderia levar a Dilma a vencer no primeiro turno, enquanto que a entrada de Marina poderia fazer tudo embolar, deixando o segundo turno totalmente incerto. Ela tem capacidade para ultrapassar Aécio e ir para o segundo turno contra a Dilma”, afirmou o analista político Ricardo Ribeiro, da MCM Consultores Associados, à época.
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Toda essa euforia sobre a força de Marina tem se confirmado com as últimas pesquisas eleitorais – o que tem trazido ainda mais otimismo no mercado. A última pesquisa Datafolha, revelada na sexta-feira (29), mostrou Marina Silva 13 pontos percentuais acima da última pesquisa do instituto, realizada em 18 de agosto, e agora com 34% das intenções de voto, empatada com o mesmo percentual de Dilma Rousseff (PT). Enquanto isso, o candidato do PSDB, Aécio Neves, apresentou forte queda, indo dos 20% do dia 18 para atuais 15%.
Em um possível segundo turno, Marina Silva seria eleita presidente com 50% dos votos, contra 40% de Dilma Rousseff, uma ampla vantagem de 10 pontos percentuais. Caso a disputa seja entre Dilma e Aécio Neves, a candidata petista venceria por 48% contra 40%.
Diante desse cenário favorável, o BTG Pactual divulgou hoje, em relatório, adaptado para o “fator Marina”. “Até agosto, víamos uma probabilidade maior de reeleição da presidente Dilma Rousseff e trabalhávamos com este cenário. Em meio ao rali, e com os fundamentos da Bolsa se deteriorando, nós avaliamos que o mercado já tinha precificado as chances de uma mudança política no País, o que nos fez recomendar uma carteira defensiva. Porém, após a trágica morte de Campos e Marina Silva emergindo como nova candidata do PSB, o cenário político virou de cabeça para baixo, com as últimas pesquisas sinalizando que Marina ganhará o pleito”, escreveram os analistas. Em meio a essa expectativa, eles sinalizaram hoje que as ações ordinárias da Petrobras poderiam chegar a R$ 30 em caso de vitória de Marina, o que configura uma valorização de 35,5% em relação ao fechamento da última sexta-feira.
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Confira as ações que não param de subir desde o dia 14 de agosto:
Empresa | Ticker | Valorização* | Preço |
Banco do Brasil | BBAS3 | +26,83% | R$ 34,99 |
Bradesco ON | BBDC3 | +10,90% | R$ 40,02 |
Bradesco PN | BBDC4 | +17,84% | R$ 40,84 |
BR Malls | BRML3 | +16,68% | R$ 23,27 |
BR Properties | BRPR3 | +7,73% | R$ 14,90 |
BM&F Bovespa | BVMF3 | +12,33% | R$ 13,50 |
CCR | CCRO3 | +14,31% | R$ 20,26 |
Cesp | CESP6 | +12,22% | R$ 31,69 |
CPFL Energia | CPFE3 | +14,21% | R$ 22,59 |
Cosan | CSAN3 | +27,35% | R$ 46,50 |
Cyrela | CYRE3 | +14,16% | R$ 14,19 |
Duratex | DTEX3 | +20,90% | R$ 10,07 |
Eletrobras ON | ELET3 | +25,42% | R$ 8,15 |
Eletrobras PN | ELET6 | +15,62% | R$ 12,35 |
Even | EVEN3 | +16,61% | R$ 6,77 |
Itaúsa | ITSA4 | +15,99% | R$ 10,90 |
MRV Engenharia | MRVE3 | +22,96% | R$ 9,12 |
Petrobras ON | PETR3 | +26,58% | R$ 22,14 |
Petrobras PN | PETR4 | +24,61% | R$ 23,35 |
*Valorização entre fechamento do dia 13 e 29 de agosto |
Veja o gráfico das ações que tiveram as maiores altas no período:
– Banco do Brasil:
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– Cosan:
– Petrobras: