Vale admite perder milhões com mina; 5 empresas vão pagar dividendos; veja mais

Ainda entre os destaques, Cade e MEC negociam com Kroton fusão com Anhanguera; OGX adia divulgação de resultados do quarto trimestre

Paula Barra

Publicidade

SÃO PAULO – A semana inicia agitada no mercado brasileiro, com a continuidade da temporada de balanços do quarto trimestre e uma série de notícias de empresas. O destaque novamente fica com a Petrobras (PETR3; PETR4). Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, a petroleira tem travado nos últimos anos uma batalha com o TCU (Tribunal de Contas da União), que apontou em várias auditorias manobras jurídicas, sonegação e atraso de informações por parte da estatal. 

A auditoria da polêmica compra da refinaria de Pasadena, no Estado americano do Texas, é um dos casos. O autor da denúncia que originou a apuração, o procurador do TCU Marinus Marsico, pediu documentos para fazer análise da compra em 2012. Segundo ele, a Petrobras deixou de encaminhar várias atos que foram solicitados. 

Já na unidade de Abreu e Lima, no Estado de Pernambuco, o TCU aponta que, apenas nos cinco principais contratos da obra, há suspeitas de irregularidades que alcançam R$ 1,6 bilhão, informa o jornal. 

Continua depois da publicidade

Em nota publicada na reportagem, a Petrobras informou que o atendimento aos órgãos de controle “está em processo de contínua melhoria, sendo o fortalecimento do diálogo institucional materializado, dentre outros exemplos, pela criação de Grupos de Trabalho e Acordos de Cooperação”. 

Petrobras demite ex-presidente da Petrobras America
A Petrobras demitiu na última quinta-feira José Orlando Azevedo, ex-presidente da Petrobras America entre 2008 e 2012 – período em que a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, foi questionada judicialmente -, segundo o jornal O Estado de S. Paulo. A demissão ocorreu um dia depois de a publicação revelar que Azevedo era primo do ex-presidente da estatal José Sérgio Gabrielli. A refinaria de Pasadena era controlada pela subsidiária Petrobras America. Atualmente, Azevedo ocupava o cargo de diretor comercial da Transportadora Associada de Gás (TAG). 

Vale admite perder US$ 507 mi por mina de ferro na Guiné
Chama atenção também notícia envolvendo a Vale (VALE3; VALE5). Após pelo menos dois anos de discussões e depois de ter excluído, em 2013, o projeto do seu portfólio de investimentos, a mineradora passou a admitir, oficialmente, a possibilidade de amargar a perda de US$ 507 milhões aplicados na compra dos direitos minerários da jazida de minério de ferro Simandou, na Guiné, na costa ocidental da África. A hipótese foi confirmada pela própria empresa em documento protocolado na SEC (Securities and Exchange Comission, a CVM dos Estados Unidos), na quinta-feira.

Continua depois da publicidade

Vale vai pagar dividendos em abril
Ainda sobre a mineradora, a Vale propôs o pagamento da primeira parcela de dividendos, no valor de US$ 2,1 bilhões, como já tinha sido anunciado em 30 de janeiro. Segundo comunicado, a companhia deve pagar US$ 0,407499945 por ação ordinária ou preferencial, valor que corresponde a R$ 0,9210721256835 por papel, corrigido pelo dólar PTAX desta sexta-feira. O conselho de administração ainda deve aprovar a proposta em reunião marcada para o dia 14 de abril, e caso seja aprovada, o pagamento será feito em 30 de abril. O valor em real do pagamento ainda será corrigido de acordo com o dólar PTAX do dia 11 de abril. 

O pagamento dos dividendos será feito de acordo com a base acionária da companhia em 14 de abril para as ações negociadas na BM&FBovespa e em 17 de abril para os ADRs negociados na NYSE e na Euronext Paris, mesma data para os HDRs da Hong Kong Stock Exchange.

OSX estende acordo com a OGPar para testes em Tubarão Azul
A OSX Brasil (OSXB3) e a petrolífera OGPar (OGXP3), antiga OGX Petróleo, empresas do Grupo EBX, estenderam mais uma vez o período de testes do campo de Tubarão Azul, até o dia 4 de abril. 

Publicidade

Em comunicado, a OGPar disse que permanece no processo de negociação de acordos e de buscar consentimentos que permitam a retomada da produção no campo, que ainda está sujeita a determinadas condições precedentes, principalmente a assinatura de um novo acordo prevendo todas as condições operacionais e financeiras entre todas as partes envolvidas.  

OGX adia divulgação de resultados
A OGPar informou na última sexta-feira, data que estava programada para ser divulgado seu balanço do quarto trimestre, que alterou seu calendário. A companhia estima obter agora o referido parecer sobre as demonstrações financeiras até 2 de abril, quando então submeterá à apreciação do seu conselho de administração, aguardando a deliberação para que sejam tomadas as providências necessárias para convocação da AGE (Assembleia Geral Extraordinária).

Cade e MEC negociam com Kroton fusão com Anhanguera
Segundo o Valor, representantes da Kroton (KROT3) e Anhanguera (AEDU3) negociam com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) a venda de ativos para que a fusão desses dois grupos seja aprovada. Considerando o prazo de 330 dias, o Cade tem até o início de junho para tomar uma decisão.

Continua depois da publicidade

Ainda de acordo com a publicação, a Kroton também tem tido reuniões com representantes do MEC para tratar a fusão com a Anhanguera. Alguns encontros estão sendo realizados apenas com o MEC e outros em conjunto com o Cade, segundo fontes do setor.

BB Seguridade terá ADRs
O BB Seguridade (BBSE3) informou que a SEC (Securities and Exchange Commission), órgão regulador do mercado de capitais americano, concedeu registro de programa de ADRs (American Depositary Receipt) nível 1 para a companhia, o que na prática permitirá que o braço de seguros do Banco do Brasil (BBAS3) tenha suas ações listadas em Wall Street.

Novato na bolsa, o BB Seguridade viu sua ação subir quase 50% desde a realização do IPO (Oferta Pública Inicial), em 26 de abril do ano passado. Tal desempenho chamou a atenção do mercado e começou a dar espaço para o papel ganhar cada vez mais visibilidade, movimento que foi coroado com seu ingresso no Ibovespa na carteira do 1º quadrimestre deste ano.

Publicidade

Nesta sexta-feira, os papéis do BB Seguridade fecharam estáveis, precificados em R$ 24,15, enquanto na semana o desempenho foi positivo em 3,83%.

CSN aprova emissão de debêntures
A CSN (CSNA3) aprovou a realização da sétima emissão pública de debêntures simples, não conversíveis em ações. A emissão, que foi totalmente subscrita e integralizada hoje, compreendeu a emissão de 40 mil debêntures, com valor nominal unitário de R$ 10 mil, perfazendo o total de R$ 400 milhões, com vencimento da última parcela em 28 de março de 2021.

Porto Seguro, Suzano, Ecorodovias e Dasa vão pagar dividendos
O conselho da Porto Seguro (PSSA3) aprovou o pagamento de dividendos complementares ao mínimo obrigatório no valor de R$ 129.199.760,45, que corresponde a R$ 0,39963670 para cada uma das 323.293.030 ações da companhia. Além disso, a companhia irá pagar dividendos adicionais ao mínimo obrigatório no valor de R$ 508.855.090,03, correspondendo a R$ 1,57397482 para cada ação.

O conselho de administração da Suzano (SUZB5) propôs distribuição de dividendos de R$ 122 milhões, o que equivale a R$ 0,10545 por ação ordinária; R$ 0,11600 por ação preferencial classe A; e R$ 0,34523 por ação preferencial classe B. Segundo a proposta da administração, as ações serão negociadas ‘ex’ dividendos a partir de 02 de maio.

Por sua vez, o conselho de administração da Ecorodovias (ECOR3) propôs investimentos de R$ 1,049 bilhão em 2014 em “projetos atualmente detidos pela companhia e em fase de homologação”. O conselho ainda propôs duas opções de distribuição de dividendos: uma que contempla dividendos totais de R$ 1,0102 por ação, e outra que prevê dividendos de R$ 1,1961 por ação.

Por fim,  a Dasa (DASA3) informou que pretende pagar R$ 0,101 por ação, com base na posição acionária de 28 de abril. O provento deverá ser pago até 16 de junho. A empresa diz que não houve antecipação de dividendos ou pagamento de juros sobre capital próprio no exercício de 2013.

Itaúsa propõe aumento de capital
O conselho de administração da Itaúsa (ITSA4) quer propor em assembleia geral dos acionistas, que será realizada em 28 de abril, aumento do capital social mediante capitalização de reservas de lucros com bonificação de 10% em ações, que serão atribuídas aos acionistas na proporção de 1 ação nova para cada 10 ações da mesma espécie que possuírem no final do dia 2 de maio.