Para Leonardo DiCaprio, é inacreditável que “Lobo de Wall Street” sobreviveu

Em entrevista, ator contou que conversou bastante com o executivo durante as filmagens e destacou o rumo que a vida de Belfort tomou após ser preso

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Mesmo com alguns exageros apresentados no filme, todos sabem que a vida de Jordan Belfort – hoje conhecido como O Lobo de Wall Street – foi regada de excessos. É tão difícil acreditar na vida em que o executivo levou, que o ator que o interpreta no cinema, Leonardo DiCaprio, afirmou, em entrevista para o programa Charlie Rose, que não sabe como Belfort conseguiu sobreviver.

Junto com o diretor Martin Scorsese, o ator contou que conversou com Belfort durante as filmagens do longa. “Acho que uma das coisas que mais me atraíram nesta história foi o fato de que Belfort é verdadeiro durante seu livro. Ele tem noção do que ele fez durante sua vida”, afirma DiCaprio.

Durante o filme, vemos como Jordan Belfort entrou para os negócios em Wall Street, assim como sua jornada buscando altas comissões vendendo as chamadas penny stocks (ações que valem centavos), o que o fez abrir sua própria corretora. Com isso, Belfort começou a chamar atenção do FBI e passou a realizar negócios ilícitos envolvendo a abertura de capital de novas empresas.

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Leonardo DiCaprio lembra também o rumo que o executivo tomou após o que é apresentado no filme. Eles ressalta o atual trabalho de Belfort, que dá palestras motivacionais para quem perdeu dinheiro, utilizando muito de sua experiência no mercado e de seu passado de ganância para evitar que outras pessoas sigam este caminho.

DiCarpio ainda diz que durante as conversas, Belfort contava que as coisas apresentadas em seu livro chegavam a ser 10 vezes piores de como eram retratadas. “Do ponto de vista de Marty [Scorsese] é preciso tomar uma certa distância do objeto de trabalho, mas do meu lado era muito importante me aproximar e entender como ele pensava e agia”, afirma o ator.

Para ele, reproduzir os discursos de Belfort diante de seus funcionários foi uma das tarefas mais difíceis de sua atuação. “Quando eu subia naquele palco eu tentava sentir o que Belfort sentia, ele praticamente criou uma cultura nestes momentos”, afirma. “Naquele palco, falando para centenas de funcionários, é fácil se sentir como Bono [vocalista do U2], um astro do rock”, conclui DiCaprio, destacando o poder que a ganância e o dinheiro tem sobre as pessoas.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.