Ibovespa sobe com exterior e arrancada da Petrobras; dólar cai e encerra sequência de altas

Índice abriu em queda, mas virou para o positivo durante a tarde com melhor de humor em Wall Street e alta da estatal petrolífera

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – O Ibovespa virou para alta na tarde desta quinta-feira (2), após chegar a cair 0,92% na mínima do dia, puxado pela melhora do mercado norte-americano, além da arrancada dos papéis da Petrobras, que por sua vez seguiram a alta do petróleo. Com isso, o mercado deixa para trás os temores de guerra comercial após a Casa Branca confirmar que Donald Trump está planejando aumentar a taxação sobre US$ 200 bilhões em bens importados da China de 10% para 25%.

O benchmark da bolsa brasileira fechou com alta de 0,42%, aos 79.636 pontos, após chegar a subir 0,75% na máxima da sessão. O volume financeiro, por sua vez, ficou em R$ 8,730 bilhões. O dólar comercial, por sua vez, encerrou o dia em queda de 0,06%, cotado a R$ 3,7566 na venda, também refletindo o cenário melhor em Wall Street, onde os índices subiram com as ações de tecnologia como a Tesla e a Apple, que hoje superou a marca de US$ 1 trilhão em valor de mercado.

Ainda nos EUA, a guerra comercial volta ao centro das atenções. A ameaça de Trump teria como objetivo forçar Pequim a fazer concessões e vem depois do governo chinês afirmar que retaliaria na mesma moeda os produtos norte-americanos caso as tarifas fossem ampliadas.

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Sem hesitar, após a confirmação da Casa Branca, a China fez questão de reforçar o alerta: “a pressão e a chantagem não terão efeito. Se os EUA adotarem novos passos, a China inevitavelmente tomará medidas e nós protegeremos nossos direitos legítimos”, disse o porta-voz do primeiro-ministro chinês, Geng Shuang.

Enquanto isso, os juros futuros com vencimento em janeiro de 2019 e 2021 subiram 1 e 2 pontos-base, respectivamente, a 6,63% e 8,90%, diante do aumento da aversão ao risco e repercutindo a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) na última quarta-feira (1). O Banco Central manteve a Selic em 6,5% ao ano pela terceira reunião consecutiva, em linha com o esperado pelo mercado. No comunicado, o Copom seguiu o mesmo tom neutro que adotou no último encontro, sem dar grandes sinalizações sobre o que irá fazer nos próximos meses.

Destaques do mercado

Do lado negativo, destaque para os papéis da Gol, que, apesar do resultado operacional acima do esperado, a redução do guidance pressionou a empresa. Enquanto isso, as ações da Ultrapar dispararam com os números do segundo trimestre melhores do que o esperado pelo mercado.

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As maiores altas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 UGPA3 ULTRAPAR ON 42,70 +7,56 -42,40 192,58M
 CSAN3 COSAN ON 38,49 +4,17 -4,59 45,88M
 CSNA3 SID NACIONALON 9,56 +3,58 +14,08 101,91M
 BTOW3 B2W DIGITAL ON 29,85 +3,47 +45,61 47,31M
 HYPE3 HYPERA ON 28,54 +3,22 -17,57 32,15M

As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 EQTL3 EQUATORIAL ON 60,59 -2,53 -6,10 49,19M
 EMBR3 EMBRAER ON 18,81 -2,29 -5,49 61,36M
 WEGE3 WEG ON 17,96 -1,91 -1,93 43,80M
 MRVE3 MRV ON 13,48 -1,75 -5,94 25,70M
 CCRO3 CCR SA ON 10,21 -1,54 -35,74 51,54M

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram:

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 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1 Vol 30d1 Neg 
 PETR4 PETROBRAS PN N2 20,41 +2,00 1,39B 962,31M 58.444 
 VALE3 VALE ON 52,84 -0,41 1,03B 852,98M 32.777 
 ITUB4 ITAUUNIBANCOPN ED 45,71 +0,35 571,96M 526,76M 21.966 
 BBDC4 BRADESCO PN EJ 30,92 +0,02 250,02M 422,17M 16.227 
 BBAS3 BRASIL ON 33,23 +0,79 247,88M 320,99M 14.625 
 CIEL3 CIELO ON 14,45 -0,76 209,52M 82,33M 14.291 
 UGPA3 ULTRAPAR ON 42,70 +7,56 192,58M 89,66M 17.853 
 GGBR4 GERDAU PN 16,64 +1,46 187,65M 163,00M 14.516 
 B3SA3 B3 ON 24,10 +1,82 169,86M 217,64M 16.359 
 PETR3 PETROBRAS ON N2 22,44 +1,68 166,66M 167,63M 11.114 

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
IBOVESPA

Notícias do dia

Na política, a escolha de vices e a briga por tempo de TV seguem dando o tom, enquanto o PT segue sua aposta para manter o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na disputa. O ministro Luiz Fux, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), negou uma ação cautelar que pedia que Lula fosse declarado inelegível antecipadamente, mas disse disse “vislumbrar” uma inelegibilidade clara para o petista.

Ao mesmo tempo, o ministro Edson Fachin defendeu que o julgamento do recurso referente a prisão de Lula, do qual ele é relator, seja acelerada. Do outro lado, os advogados do ex-presidente cogitam desistir do pedido de soltura, caso haja indícios de que o processo seja julgado antes do dia 15, data limite para o registro de candidaturas. Além disso, o PT tem a intenção de apresentar Lula na TV como candidato a presidente ainda que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) decida que ele não pode aparecer nessa condição nos programas eleitorais. O PT ainda fechou na quarta-feira um acordo com o PSB pela neutralidade do partido, o que pode deixar Ciro Gomes (PDT) isolado na corrida presidencial.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.