Os 5 eventos que vão agitar os mercados na semana

Confira ao que se atentar nesta segunda-feira e ao longo da semana

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em um dia de vencimento de opções sobre ações na B3, que promete trazer volatilidade para o índice, o Brasil contará com a divulgação do IBC-Br, considerado uma prévia do PIB, enquanto monitora o noticiário político, com destaque para as formações de alianças eleitorais. Nos mercados mundiais, os números mistos da economia chinesa são destaque, além do encontro entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin. Veja no que ficar de olho nesta segunda-feira e na semana:

1. Bolsas mundiais

A segunda-feira começa com uma sessão mista para as bolsas mundiais, conforme a atenção se volta à temporada de resultados, indicadores da economia e o encontro entre os presidentes dos EUA e da Rússia, Donald Trump e Vladimir Putin.

O evento na capital da Finlândia, Helsinque, verá os dois líderes discutindo questões de segurança internacional e geopolítica. Pontos de debate podem incluir a guerra na Síria, a presença da Rússia na Crimeia, e esforços para desnuclearização da Coreia do Norte.

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Nos EUA, os índices futuros seguem perto da estabilidade, de olho nos resultados do Bank of America, BlackRock e Netflix. Já na Ásia, o pregão foi de perdas para as principais bolsas, com a divulgação do PIB chinês no segundo trimestre de 2018, de alta de 6,7%. O número foi alinhado às previsões, mas representou uma leve queda em comparação aos 6,8% do primeiro trimestre. A produção industrial do país registrou avanço de 6,0% em junho, abaixo da previsão de crescimento de 6,5% dos analistas, enquanto as vendas no varejo ficaram acima do esperado, com alta de 9% ante previsão de 8,8%. 

Os índices europeus também operam entre leves altas e quedas, movimentados pela divulgação de resultados corporativos. Descolada do grupo, a bolsa britânica FTSE cai mais significativamente, com perdas de cerca de 0,60%.

Por fim, para o mercado de commodities, mais um dia de forte queda para os preços do petróleo, que caem cerca de 2% para os contratos futuros brent e 1,7% para o WTI. O movimento de altas e baixas que o petróleo tem desenhado nos últimos dias se deve principalmente às preocupações quanto à oferta, que hoje se aliviam com a reabertura de portos de exportação na Líbia, notícias de aumento na produção da Arábia Saudita e com Rússia e EUA indicando que também podem ampliar o fornecimento.

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Às 8h02 (horário de Brasília), este era o desempenho dos principais índices:

*S&P 500 Futuro (EUA) -0,03%

*Dow Jones Futuro (EUA) +0,02%

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*Nasdaq Futuro (EUA) +0,08%

*DAX (Alemanha) +0,12%

*FTSE (Reino Unido) -0,56%

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*CAC-40 (França) -0,20%

*FTSE MIB (Itália) +0,11%

*Hang Seng (Hong Kong) +0,05% (fechado)

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*Xangai (China) -0,61% (fechado)

*Nikkei (Japão) — (feriado)

*Petróleo WTI -1,62%, a US$ 69,85 o barril

*Petróleo brent -1,99%, a US$ 73,83 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian +0,22%, a 466 iuanes (nas últimas 24 horas)

*Bitcoin US$ 6.535,59 +2,95%
R$ 25.050 +1,85% (nas últimas 24 horas)

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2. Agenda doméstica da semana

Nesta segunda-feira o Banco Central divulga o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica) de maio, considerado a prévia mensal do PIB. A GO Associados projeta queda de 2,2% ante o mês de abril, que caso se confirme, será a maior queda do indicador desde dezembro de 2008, auge da crise financeira. Segundo os analistas, o fraco desempenho é reflexo da greve dos caminhoneiros.

Já na sexta-feira (20), o IBGE divulga o IPCA-15 do mês de julho, que para a GO deve ter alta de 0,75%, levando a inflação no acumulado em 12 meses a 4,64%. Para a consultoria, a prévia da inflação continuará pressionada refletindo a alta dos preços dos alimentos em função da greve.

Ainda por aqui, no cenário corporativo, a segunda-feira também marcará a divulgação do relatório de produção da Vale, que segundo os analistas consultados pela Bloomberg deve registrar um recorde de 96,3 milhões de toneladas métricas no segundo trimestre, recuperando-se de um início do ano mais fraco e com China passando a priorizar minério de alta qualidade como o da empresa brasileira. Para completar, a semana marca o início da temporada de balanços com Weg e TIM, na quarta e quinta-feira, respectivamente.

3. Agenda externa da semana

A política monetária dos Estados Unidos volta ao centro das atenções com dois importantes eventos podendo dar sinais sobre o futuro da taxa de juros no país. O primeiro é a sabatina do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell no Senado na terça-feira (17).

Ele deverá responder perguntas sobre a guerra comercial e como seus impactos devem guiar os planos da autoridade norte-americana. Além disso, atenção ainda para a divulgação do Livro Bege, na quarta-feira (18).

4. Notícias do dia

Com o prazo para a definição das candidaturas se aproximando, partidos ampliam disputa por alianças eleitorais. Em destaque,  Geraldo Alckmin (PSDB) sela aliança e terá apoio do PSD de Gilberto Kassab, enquanto o PRB, sem candidato após a desistência do empresário Flávio Rocha, aproxima-se do tucano.

O PT de Lula e o PDT de Ciro Gomes continuam disputando o apoio do PSB, enquanto Alckmin faz investida para manter o partido neutro, informam os jornais. Contudo, Ciro também segue de olho nos partidos do chamado Centrão. Segundo informou o jornal O Globo no último domingo, Ciro afirmou que vai ajustar seu discurso, principalmente na área econômica, para atrair o DEM em reunião  com parlamentares do centrão. De acordo com o jornal, não houve a definição de uma aliança. 

Já o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pode decidir durante o recesso de julho sobre pedido de dois coordenadores do Movimento Brasil Livre (MBL) para que Lula  seja declarado imediatamente inelegível. Eles querem que a Corte eleitoral decida sobre o tema antes mesmo do registro das candidaturas, cujo prazo final é 15 de agosto.

5. Noticiário corporativo

Em destaque no radar corporativo, a Embraer vê demanda de 10.550 aviões até 150 assentos em 20 anos, enquanto a CSN anunciou aumento de 12,25% para o preço do aço. No noticiário das estatais, em meio a dificuldades para o leilão das distribuidoras, que foi barrado pela Justiça do Rio de Janeiro, o ministro Eduardo Guardia cogita adiar o certame para vendê-las em bloco, diz o Valor. Sobre a Vale, o governo do Espírito Santo vai à Justiça contra renovação de concessão ferroviária da mineradora, informa o Valor, que também destaca em reportagem que o governador paulista, Márcio  França, exige que a União compense São Paulo por suspensão de pedágio. O mesmo jornal informa que o SUS tem a receber quase R$ 2 bilhões de operadoras de planos de saúde.

Uma série de recomendações também promete agitar o mercado brasileiro hoje. O Barclays retomou a cobertura da Marfrig, classificada como “underweight”, e da JBS, apontada como “overweight”. No mundo da aviação, o banco Goldman Sachs retomou a cobertura da Gol, com classificação “neutra”, e iniciou análise da Azul, com indicação de “compra”. Por fim, o HSBC elevou a classificação de três de empresas do varejo, com Guararapes e Marisa elevadas à “manutenção” e a Renner recebendo indicação de “compra”. 

(Com Agência Estado, Bloomberg e Agência Brasil)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.