Moody´s eleva perspectiva do Brasil de negativa para neutra e mantém rating

Mudança foi baseada na expectativa de que o próximo governo conseguirá avançar com as reformas fiscais consideradas necessárias para estabilização o crescimento da dívida

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – A agência de classificação de risco Moody’s alterou a perspectiva do Brasil de negativa para neutra, ao passo que o rating brasileiro foi mantido em ‘Ba2’, dois degraus abaixo do grau de investimento. A mudança foi baseada na expectativa de que o próximo governo conseguirá avançar com as reformas fiscais, que são consideradas necessárias para a estabilização do crescimento da dívida pública.

“A Moody’s acredita, em resumo, que os riscos negativos para o crescimento e as incertezas relacionadas ao ímpeto para reformas, que levaram à atribuição da perspectiva negativa para o rating ‘Ba2’ em maio do ano passado, diminuíram”, disse a agência em comunicado. Na avaliação da Moody´s, o presidente que será eleito este ano deverá concentrar seus esforços para a aprovação das reformas econômicas, uma vez que a necessidade de mudança é um consenso entre os líderes políticos. 

Além da expectativa pelo avanço das reformas, um dos condicionantes da agência para elevar a nota de crédito brasileira, as melhores perspectivas econômicas para o Brasil também contribuíram para a decisão. A agência de classificação de risco prevê que o PIB (Produto Interno Bruto) crescerá 2,8% este ano, ao passo que o déficit fiscal deve recuar de 7,8% para 7% neste ano: “um aumento da demanda por crédito, na esteira da política monetária acomodatícia, e perspectivas sólidas no mercado de trabalho apoiarão a perspectiva econômica de curto prazo. Estes elementos apoiarão uma recuperação ampla na demanda doméstica impulsionada tanto pelos investimentos quanto pelo consumo”, apontou.

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Apesar do otimismo, a Moody´s alerta que a paralisação da agenda de reformas, como do cumprimento das metas fiscais, exercerão pressão negativa sobre o rating: “fracasso na aprovação de reformas fiscais, como a da Previdência, seria um forte indicador desta inoperância. Um cenário destes também sinalizaria fraquezas institucionais que não foram capturadas por nossa avaliação atual e exerceria pressão negativa extra sobre os ratings”, alerta.

Reação do mercado

Logo após a notícia, às 18h07 (horário de Brasília), o ETF (Exchange Traded Fund) EWZ iShares MSCI Brazil Capped, que representa os papéis com maior peso no Ibovespa, registrava alta de 0,31% no after market dos EUA. Vale lembrar que o ativo encerrou em queda de 3,32%, aos US$ 41,98.