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Precisamos ter consciência e cautela, além de uma pitada de planejamento, pois ainda permanece a poeira da última crise. A cicatrização demorará, pois a recuperação será lenta.
No panorama nacional, o câmbio já estava sendo projetado para o final do ano em US$/R$ 1,70 – com o Ibovespa perto dos 85.000 pontos. É melhor irmos com mais calma! O mercado não está tão sólido, nem tão previsível desta forma.
No mês de janeiro, a valorização do dólar em relação ao real ficou perto de 8%. Os fatores de valorização não ocorreram apenas com a divisa brasileira: a paridade do euro frente ao dólar veio de 1,51 para 1,39, em linha com o ocorrido com outras moedas, como a libra esterlina e o iene. O ajuste deve-se, em parte, às expectativas de aumento na taxa básica de juros nos EUA, que deverá começar a subir já no próximo trimestre.
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“Mercado ainda está |
Especificamente no Brasil, a valorização do dólar no inicio de 2010 ocorreu por diversos fatores. Várias empresas ainda remeteram lucros de 2009, além dos empréstimos e dos decorrentes juros com vencimento no último mês.
A saída dos estrangeiros da bolsa também contribuiu para a tendência. O déficit na balança comercial foi marcante, além do turismo crescente no País, que indiretamente ajudou na valorização do dólar.
Outro fator responsável foi a intervenção diária do Banco Central, que adquiriu dólar no mercado. Desta forma, a procura da moeda foi bem superior à esperada, sendo que a ptax de venda ficou próxima de R$ 1,8748.
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Aliado a todos estes fatores, se junta o controle mais rígido aos bancos pelo presidente dos EUA, Barack Obama, e a preocupação com o mercado imobiliário da China.
Finalmente, o inicio deste mês trouxe o problema concreto da Grécia e Portugal, além da situação delicada da Espanha, devido às retrações do emprego e do PIB (Produto Interno Bruto).
Analisando os pilares, as provisões para o inicio de 2010 estão destorcidas. Só o tempo e os fatos para uma futura projeção mais perto do real. Ainda estamos no compasso de espera para o ingresso de investimento direto na economia brasileira, que procura dinheiro bom e não especulativo.
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O mercado ainda está sensível e assustado, porém se precipita em ressarcir o prejuízo passado. A cautela se faz necessária, pois solavancos como esses estão longe de serem previsíveis.
Reginaldo Siaca é gerente de Câmbio da corretora TOV e escreve mensalmente na InfoMoney.
reginaldo.siaca@infomoney.com.br