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Os membros do Mercosul relataram o sentimento de “decepção” em relação à oferta agrícola da União Europeia (UE), considerada essencial para a conclusão do acordo entre os blocos, durante evento realizado nesta quarta-feira (04) na sede da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em Brasília.
A principal crítica é direcionada às cotas de exportação estabelecidas para o etanol (600 mil toneladas) e para carne bovina (70 mil toneladas). Os números são inferiores ao acordado há mais de 10 anos, quando as negociações haviam sido interrompidas.
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“A discussão do etanol e da carne bovina está difícil nesse momento na Europa. Não é um problema com o Mercosul, mas uma questão política interna. Existem outros pontos que já estão sobre a mesa como suco de laranja, milho, frango e carne suína. Creio que isso pode ser interessante, especialmente para o Brasil”, afirmou a negociadora-chefe da União Europeia (UE), Sandra Gallina.
Na opinião da Superintendente de Relações Internacionais da CNA, Lígia Dutra, o encontro permitiu um momento de “abertura” entre o setor privado e os negociadores-chefe presentes. “Foi uma oportunidade de ouro para as entidades do setor privado conseguirem pressionar um pouco a União Europeia, que vem apresentando uma resistência injustificada a ampliar as negociações e fazer uma oferta mais condizente com o tamanho do mercado do Mercosul”, afirmou Lígia.
O negociador-chefe do Brasil, embaixador Ronaldo Costa, afirmou estar otimista em relação ao andamento do acordo. “As negociações têm avançado de uma forma muito positiva e importante ao longo do último ano.” Hoje, apenas 8% das exportações agro mundiais saem do Mercosul, num valor estimado de US$ 116 bilhões de dólares. Por outro lado, a UE é o maior exportador de alimentos do mundo.
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