4 motivos para esperar por mais queda do dólar nos próximos dias: atenção redobrada nos R$ 3,15

Hoje, o dólar comercial registra queda 0,35%, a R$ 3,1717 na venda, com cenário político melhor e à espera da decisão do Copom

Paula Barra

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SÃO PAULO – O dólar renova baixa frente ao real nesta terça-feira (19), entre cenário político melhor, expectativa pela decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) hoje à noite e commodities em alta. Às 13h28 (horário de Brasília), o dólar comercial registrava queda de 0,35%, a R$ 3,1712 na compra e R$ 3,1717 na venda. Mas, para o diretor de câmbio da Wagner Investimentos, José Faria Júnior, há motivos para acreditar que essa queda ainda não chegou ao fim. 

Segundo ele, há 4 motores para acreditar em mais pressão na moeda nos próximos dias. São eles: 1) queda do dólar no exterior, com redução das apostas de alta de juros pelo Federal Reserve; 2) uma vitória de Hillary Clinton nos Estados Unidos parece cada dia mais provável; 3) entrada súbita de dólares devido ao prazo final para a repatriação; e 4) redução de juros pelo Copom (ciclo que deve se iniciar nesta noite). 

Faria Júnior explica que pode parecer antagônico essa relação com os juros, mas isso é um alerta que ele faz desde abril de que, em um primeiro momento, um corte na Selic deve contribuir para a queda do dólar frente ao real. Isso por conta de: uma indicação de melhora fiscal; redução do custo de captações das empresas e, por isso, ajuda a Bolsa; eleva as projeções para o crescimento do país, o que também ajuda a Bolsa; e sugere que o corte de juros pode ser mais agressivo, fato que tenderá a busca por títulos prefixados. 

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Apesar de esperar por mais pressão no câmbio, ele reiterou hoje que segue comprador no patamar perto dos R$ 3,15, mas que, se romper essa região, ele sugere esperar para uma revisão do cenário. “Em todo o caso, as tendências de longo e médio prazo do dólar são de baixa”, disse. 

Faria Júnior lembra que o Banco Central conta com US$ 30,5 bilhões de saldo em swaps e em meio aos ruídos de entrada de recursos devido ao final do prazo da repatriação (31 de outubro), o BC poderia tentar “esterilizar” esse fluxo adicional com aumento da oferta de swaps reversos, caso o dólar caia para a faixa dos R$ 3,15. 

Ele comenta ainda que essa queda do dólar vista no mercado internacional está basicamente ligada na redução das apostas de alta de juros pelo Fed em dezembro, o que ele não descarta. Ou seja, essa aposta contrata uma volatilidade futura, sendo que uma eventual queda mais forte do dólar será bem vinda para as compras, comenta.