Usiminas ON desaba 7%, Eletrobras cai 6% e só 9 ações do Ibovespa sobem; siderúrgicas caem até 11% na semana

Confira os principais destaques de ações da Bovespa desta sexta-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – Após dois dias de alta, o Ibovespa teve pregão negativo nesta sexta-feira (16), com o mercado apreensivo à espera da reunião do Federal Reserva na semana que vem. Enquanto isso, os agentes consideram o comportamento do índice de preços dos Estados Unidos, divulgado nesta manhã. A inflação foi de 0,2% em agosto, acima do previsto por alguns economistas (0,1%). Apesar da diferença pequena, o mercado vem aumentando as apostas de mais uma alta de juros nos EUA ainda este ano, sendo qualquer sinal de melhora na economia como motivo para correção. 

Durante o programa Nos Bastidores da Arena, que é transmitido diariamente na InfoMoneyTV – das 11h40 às 12h10 -, o trader Aliakyn Pereira de Sá, da XP Investimentos, disse que, se o Ibovespa ficar abaixo dos 56.400/56.500 pontos, as chances são grandes de que aprofunde nos próximos dias uma queda até os 55.000 pontos (para conferir, clique aqui). 

Em dia de aversão ao risco, apenas 9 das 58 ações do Ibovespa registram alta, mas nenhuma acima de 1%. Do outro lado, as ações das siderúrgicas afundavam até 5%, liderando as perdas. As ações de empresas ligadas ao consumo também apareciam entre as maiores quedas, com Natura, Hypermarcas e Lojas Renner. 

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Com o movimento de hoje, o índice marcou sua segunda semana seguida de queda, com perdas neste período de 1,59%. As maiores contribuições negativas foram das ações ligadas a commodities. As siderúrgicas recuaram até 11% no período. Do outro lado, a maior alta foi de Raia Drogasil (+4,76%), seguida por Cyrela (+3,36%) e Energias do Brasil (+3,36%). Para ver outras altas e baixas da Bovespa, clique aqui

Confira abaixo os principais destaques de ações da Bovespa nesta sessão:

Petrobras (PETR3, R$ 14,90, -2,55%; PETR4, R$ 13,16, -2,59%)
As ações da Petrobras reagiram à queda dos preços do petróleo nesta sessão. Lá fora, o contrato futuro do Brent recuou 1,33%, a US$ 45,97 o barril, enquanto o WTI caiu 1,59%, a US$ 43,21 o barril. No radar, a companhia informou em comunicado que a Refinaria Abreu e Lima bateu, pelo quarto mês consecutivo, seu recorde de processamento de petróleo. Em agosto, a refinaria alcançou a marca de 3,09 milhões de barris, o equivalente a 99,77 mil barris de petróleo por dia, 0,6% superior ao mês de julho.   

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Siderúrgicas
Seguindo o pregão de cautela do mercado, as ações das siderúrgicas afundaram nesta sessão. Todas as ações do setor caíram forte, com Gerdau (GGBR4, R$ 8,39, -3,67%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 3,71, -3,39%), Usiminas (USIM5, R$ 3,42, -3,66%) e CSN (CSNA3, R$ 8,01, -3,14%). Fora do Ibovespa, as ações ordinárias da Usiminas (USIM3, R$ 6,53, -6,98%) – que possuem menor liquidez – registraram queda ainda mais forte. 

Apesar do dia negativo, no acumulado do ano, esses papéis registram as maiores altas do Ibovespa. Uma matéria publicada hoje no blog O Investidor de Sucesso, no InfoMoney, traz a ascensão da ação da Gerdau em Bolsa. Rechaçada nos últimos anos pelo mercado, a ação ‘precisou’ subir 90% da mínima deixada este ano até meados de abril para o mercado voltar a acreditar no case. Agora, com ganhos acumulados no ano de 88%, ninguém parece querer abrir mão do papel. De 16 casas de análise acompanhadas pelo Terminal Bloomberg, 10 têm recomendação equivalente a compra para a ação. Para entender por que a ação é uma grande candidata a “estrela da Bovespa”, clique aqui

Vale (VALE3, R$ 16,41, -1,38%; VALE5, R$ 13,95, -1,41%)
As ações da Vale e Bradespar (BRAP4, R$ 9,58, -2,15%) – holding que detém participação na mineradora – afundaram, seguindo o desempenho de seus pares internacionais. No radar, a mineradora fez uma captação de US$ 1 bilhão junto a um grupo de bancos, garantindo o empréstimo com embarques de minério de ferro para a Glencore, informou a Bloomberg citando pessoas com conhecimento do assunto. A maior mineradora do mundo assinou um contrato de “financiamento de pré-exportação”, que tem um prazo de dois anos e meio, em junho, disseram as fontes.

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Para a Vale, que enfrentou uma crise de crédito no início deste ano com os preços das commodities despencando, o acordo de pré-exportação foi a fonte mais barata de financiamento disponível, disseram duas pessoas familiarizadas com o negócio. O rendimento dos títulos da Vale com vencimento em 2022 subiu para 12% em fevereiro, o maior desde que as notas foram emitidas no início de 2012. Desde então, o rendimento se recuperou para 5,3%.

Ainda no noticiário da companhia, o TRF (Tribunal Regional Federal) da 1ª Região ordenou que a Vale deposite mensalmente R$ 3 milhões para as três aldeias Xikrin afetadas pelo empreendimento Onça Puma, de níquel, no sudeste do Pará, disse o MPF do Pará em comunicado por e-mail. 

A Vale terá que depositar mensalmente R$ 1 milhão para cada uma das aldeias Xikrin afetadas pela Onça Puma a partir de 19 de setembro, de acordo com a decisão do desembargador Antonio Souza Prudente. Os valores deverão ser repassados até que a Vale cumpra as obrigações de compensação ambiental relativas ao empreendimento. 

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Embraer (EMBR3, R$ 15,39, -2,47%)
A Embraer informou que dará férias coletivas a alguns setores a partir de outubro para “adequar o ritmo de produção à desaceleração da demanda”, informou a companhia nesta sexta-feira em comunicado enviado ao mercado. Os empregados dos setores envolvidos já foram informados sobre os períodos exatos de pausa, comentou a empresa. “Desde o início de agosto, a Embraer vem adotando uma série de medidas de redução de custos visando superar o cenário desafiador enfrentado hoje pela indústria aeroespacial e garantir a perenidade da empresa. A Embraer acredita e trabalha pela superação desse momento”, disse a nota. Em 15 de setembro, PDV (Plano de Demissão Voluntária) da Embraer teve adesão de 1.470 funcionários no Brasil. 

Eletrobras (ELET3, R$ 20,75, -6,32%; ELET6, R$ 26,00, -4,97%)
Em dia de aversão ao risco no mercado, as ações da Eletrobras afundam na Bovespa. No radar, o Tribunal Regional Federal da 1º Região (TRF-1) cassou nesta semana liminar que determinava a suspensão da licença de operação da hidrelétrica de Belo Monte, informou nesta sexta-feira a Norte Energia, empresa responsável pela construção e operação da usina no rio Xingu (PA), com 11.233 megawatts (MW) de capacidade. Os acionistas da Belo Monte são Eletrobras, Eletronorte, Chesf, Petros, Funcef, Neoenergia, Cemig, Light, Vale, Sinobras e J. Malucelli Energia. 

BRF (BRFS3, R$ 53,46, +0,49%) 
As ações da BRF caíram forte em dia de rebalanceamento do índice FTSE para América Latina nesta sexta-feira, com uma significativa redução nos papéis da BRF. Na mínima deste pregão, os papéis da companhia atingiram queda de 3,38%, a R$ 51,40. O volume financeiro movimentado com a ação hoje foi de R$ 305,7 milhões, contra média diária de R$ 126,3 milhões nos últimos 21 pregões. Segundo Credit Suisse, o rebalanceamento vai gerar uma saída de US$ 157,2 milhões nos papéis, o que representa uma pressão vendedora equivalente ao volume médio somado de 4,6 dias.  

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JBS (JBSS3, R$ 12,00, +0,33%)
Uma ação movida por consumidores de carne de frango nos EUA alega que as maiores companhias do setor no país, como Tyson Foods, Pilgrim’s Pride e Sanderson Farms, organizaram um esquema para reduzir a produção e elevar os preços do produto nos supermercados. A Pilgrim’s Pride é controlada da JBS. Essa é a segunda ação neste mês que acusa o setor de frango dos EUA de formação de cartel. Um porta-voz da Tyson disse não estar surpreso com a notícia, “já que é comum para escritórios de advocacia entrar com ações parecidas em assuntos que envolvem a defesa da concorrência”. A Tyson contesta as alegações e “vai se defender no tribunal”, disse o porta-voz. 

Cemig (CMIG4, R$ 8,37, -2,11%) 
O jornal Valor Econômico informa que o governo federal pode negociar diretamente com a Cemig a renovação do contrato de três hidrelétricas da estatal mineira cuja concessão venceu ou está próxima do vencimento. A proposta partiu da própria companhia, mas só ocorrerá se houver respaldo na lei.

“Desde que se prove legalmente viável, e evidentemente que o Estado [União] receba o que lhe é de direito, a gente pode tentar uma negociação com o Estado de Minas Gerais. Mas preciso de um respaldo jurídico, que hoje ainda não enxergo”, disse o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, após participar de reunião do conselho empresarial de energia elétrica da Firjan, ontem no Rio. “O que não abrimos mão é que o governo possa ter a receita [da outorga das usinas]”, completou ele.

Cielo (CIEL3, R$ 33,06, +0,39%)
Uma reportagem da Exame levanta novamente a discussão sobre práticas não favoráveis aos consumidores/lojistas em um momento em que o setor de cartões tem sido “investigado” mais de perto pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Segundo a notícia, bancos têm “empurrado” para os clientes o cartão bandeira ELO e isso tem gerado muitas reclamações. Além disso, bandeira ELO é mencionada como mais cara para os lojistas.

“O fluxo de notícia, via imprensa e Cade, deve seguir intenso nas próximas semanas, mas dado o desempenho abaixo da média de seus pares de Cielo nos últimos meses e o valuation atrativo, nosso viés para o papel (apesar de todos os riscos) está mais positivo”, comentaram os analistas do BTG Pactual. 

Forjas Taurus (FJTA4, R$ 1,89, +8,00%)
As ações da micro cap Forjas Taurus dispararam nesta sessão, apesar da falta de notícias sobre a empresa no radar. O volume financeiro movimentado com o papel ficou em R$ 86,07 mil, contra média diária de R$ 74,5 mil nos últimos 21 pregões.