Atividade hoje está dando prejuízo, afirma produtor de suínos

Momento político conturbado, alta do dólar e falta de milho no mercado interno são alguns das razões que explicam a crise no setor

Datagro

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SÃO PAULO – O ano de 2016 tem sido difícil para os produtores de suínos em todo o País. Com cenário de escassez do milho, principal insumo da atividade, e alta nos custos de produção, a crise que atinge o setor parece longe do fim.

“Há 30 anos que eu estou na atividade e nunca vi um momento tão ruim como este na suinocultura. Hoje nós estamos trabalhando sem lucro”, afirma o produtor e vice-presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Vilson Spessatto.

Momento político e econômico conturbado, alta do dólar, falta de milho no mercado interno são alguns das razões que explicam o fraco desempenho no mercado brasileiro de suínos, segundo Spessato. Ele acredita que nem mesmo as ações de emergência adotadas pelo governo federal, como a isenção nas importações de milho, e leilões do produto, podem amenizar a situação para os produtores.

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“A isenção nas importações pode beneficiar as agroindústrias em um primeiro momento, mas com certeza não vai solucionar o problema do setor como um todo”, argumenta o dirigente da associação.

Para tentar reverter a crise do setor em Santa Catarina, maior produtor de suínos do País, o Governo do Estado propôs algumas iniciativas com o objetivo de reduzir o preço dos insumos, como escoamento do milho originário do Centro-Oeste por ferrovias, além de doação de sementes do cereal para pequenos produtores. A saca do produto que em março do ano passado era negociada a R$ 30, hoje vale, em média, R$ 56.

Os suinocultores catarinenses também tiveram redução do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) na comercialização de animais vivos para outros Estados pelo prazo de dois meses. O tributo, que era de 12%, diminuiu para 6%. Entretanto, o custo de produção impacta diretamente na margem de lucro. “Para cada suíno terminado de 100 kg, eu tenho um prejuízo de R$ 120”, comenta Spessato.

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Ainda de acordo com vice-presidente da ACCS, a esperança de melhora nos preços do milho vem da colheita do cereal segunda safra em Mato Grosso e Paraná, que deve acontecer nos próximos dois meses. Até lá, o setor deve continuar operando “no vermelho”.