Banco de bilionário mexicano entra em briga com o BC para deixar o Brasil

Há sete anos, Ricardo Salinas abriu uma filial do banco em Pernambuco, que seria sua plataforma de lançamento para o Brasil, o que deu errado - agora, ele quer fechar as portas, mas enfrenta dificuldades

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O Banco Central brasileiro e um dos homens mais ricos da América Latina estão travando uma queda de braço, informa a Folha de S. Paulo. O banco Azteca, do bilionário mexicano Ricardo Salinas, quer sair do Brasil. 

Há sete anos, Salinas abriu uma filial do banco em Pernambuco, que seria sua plataforma de lançamento para o Brasil, o que deu errado. Agora, ele quer fechar as portas, mas o Banco Central só autoriza a saída se houver injeção de R$ 17 milhões para equilíbrio das contas. E, segundo representantes do banco mexicano, há ameaça de intervenção.

O Azteca alega que  já devolveu aos correntistas 94% do dinheiro depositado em suas contas e que se compromete a quitar R$ 48 milhões que estão aplicados em investimentos financeiros. A instituição financeira manteria uma equipe no País, uma vez pagamento seria feita à medida que recebesse os empréstimos concedidos e que vencem até 2019. Porém, o BC informou em meados de dezembro que não concorda, ressaltando que “o cancelamento da autorização para funcionamento depende, dentre outros aspectos, do pagamento integral dos passivos”.

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O banco foi lançado em conjunto com a rede de lojas Elektra, também de Salinas. O projeto era que banco e lojas aproveitassem o boom de consumo do Nordeste, partindo depois para outras regiões nacionais, mas o modelo não pegou.

Segundo a Folha, há um conflito de versões. O Azteca registrou suas queixas num ofício enviado ao BC. Em resposta, o BC afirmou que só em 18 de novembro os mexicanos solicitaram formalmente permissão para encerramento das atividades.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.