BB paga o preço por socorro às montadoras; MRV desaba com mudança no FGTS

Confira os principais destaques corporativos na sessão desta quarta-feira

Paula Barra

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11h50: Marcopolo (POMO4, R$ 2,03, +0,50%)
As ações da Marcopolo aparecem, juntamente com os papéis da Embraer, isoladas entre as altas do Ibovespa. O papel segue a notícia de que os bancos públicos irão socorrer as montadoras. Um dia após o anúncio da Caixa Econômica Federal, o Banco do Brasil anunciou hoje que vai liberar R$ 3,1 bilhões até o final deste ano no âmbito do protocolo firmado com o segmento automotivo e que contempla 26 empresas.

O acordo firmado entre o Banco do Brasil, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), o Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças) e a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) prevê apoio financeiro e comercial às cadeias produtivas do setor, além de segmentos de máquinas e implementos agrícolas e caminhões.

10h50: Ambev (ABEV3, R$ 18,58, -1,06%)
As ações da Ambev afundam após euforia da véspera depois que a senadora Gleisi Hoffmann recuar também, no relatório MP 675, na tributação do extrato concentrado de refrigerantes fabricado na Zona de Franca de Manaus. A expectativa com a mudança penalizou as ações da Ambev desde a semana passada e ontem elas saltaram com a retirada da pauta. Hoje, no entanto, com o mercado em baixa, os papéis também têm desvalorização.  

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10h40: Construtoras
As ações do setor de construção civil afundam na Bolsa após a Câmara dos Deputados ter aprovado ontem à noite projeto que muda a remuneração no FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Nos destaques, figuravam entre as maiores quedas do Ibovespa as ações da MRV Engenharia (MRVE3, R$ 6,62, -2,65%) e Cyrela (CYRE3, R$ 7,90, -2,47%).

Em um dia inteiro de negociação, o governo conseguiu apenas que o relator Rodrigo Maia (DEM-RJ) ampliasse de três para quatro anos o prazo para que a remuneração do FGTS fosse equiparada à da caderneta de poupança. Pela proposta aprovada, em 2016, a remuneração do FGTS será a Taxa Referencial (TR) mais 4% para os novos depósitos. A proposta de Maia garante ainda ao governo a possibilidade de utilizar 60% do lucro do FGTS para subsidiar o programa Minha Casa, Minha Vida a partir do ano que vem.

Segundo a XP Investimentos, a elevação da remuneração do FGTS tende a resultar em encarecimento do financiamento habitacional, e as incorporadoras do segmento de baixa renda devem ser as mais prejudicadas pela alteração.

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Esta notícia acaba ofuscando um pouco o otimismo da última sessão depois que a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) recuou de sua proposta de acabar com os juros sobre capital próprio dentro da Medida Provisória 675, que também institui a elevação da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) para bancos de 15% para 23%. Gleisi, no entanto, disse em entrevista ao InfoMoney que deve apresentar um Projeto de Lei sobre o assunto ou esperar a Fazenda encaminhar MP. “Pode ser que a gente não consiga fazer isso em um curto prazo, mas acho que, em médio prazo, conseguimos”, afirma.

10h28: Bancos
Após subirem forte na sessão passada com a notícia de que a senadora Gleisi Hoffmann recuou da proposta de acabar com os juros sobre o capital próprio, os bancos revertem os ganhos e registram queda nesta sessão, somado ainda à aversão ao risco com a continuidade da crise política. Nas maiores quedas do Ibovespa hoje, Banco do Brasil (BBAS3, R$ 18,79, -4,23%), Santander (SANB11, R$ 14,13, -3,62%), Bradesco (BBDC3, R$ 24,92, -2,31%; BBDC4, R$ 23,61, -2,89%) e Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 26,25, -2,16%).

Além disso, pesa sobre as ações do Banco do Brasil a assinatura desta manhã de acordo para dar apoio ao setor automotivo, envolvendo 26 empresas âncoras. A previsão é de desembolso total de R$ 9 bilhões.  

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Como medida para evitar o agravamento da crise, o governo orientou ontem os bancos públicos a liberar crédito mais barato para as empresas das cadeias produtivas de diversos setores da economia. O setor automotivo foi o primeiro segmento a ser contemplado.